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27/07/2023 às 19h11min - Atualizada em 27/07/2023 às 19h30min

Família refuta suicídio e corpo de Dad Charada terá novo exame para identificar causa da morte

Acusado de mais de 50 mortes, morreu 12 dias depois de ser transferido do RS para o Tocantins

Da Assessoria
Corpo foi encontrado pendurado nas grades do presídio Grota do Meio - Foto: Divulgação
 
Araguaína/TO - O Instituto Médico Legal de Palmas (IML) recolheu no início da tarde desta quarta-feira (26/7) o corpo de Carlos Augusto Silva Fraga, conhecido como Dad Charada. A Justiça determinou a realização de um novo exame necroscópico para identificar a causa da morte. O corpo estava sendo velado há mais de 50 horas porque a família se recusava a fazer o sepultamento.

Carlos Augusto era apontado pela Polícia Civil como um dos principais responsáveis pela onda de violência registrada em Palmas no primeiro semestre deste ano. Ele supostamente seria líder de uma facção e mandante de pelo menos 50 mortes.

Charada foi preso no dia 11 de julho no Rio Grande do Sul e transferido para Palmas. Depois, foi mandado para a Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota (UTPBG), em Araguaína, onde foi encontrado morto no início da manhã de domingo (23/07).

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que o exame cadavérico foi feito no dia em que o corpo foi encontrado e apontou lesões no pescoço compatíveis com enforcamento. O laudo indicou que não havia sinais de agressão.

O atestado de óbito apontou a causa da morte como “suicídio”. Só que a família discorda dessa hipótese e pediu, na Justiça, que um novo exame fosse realizado pelo IML de Palmas. Os advogados de Charada afirmam que ele vinha sofrendo ameaças.

Além disso, durante o velório, os parentes verificaram possíveis indícios de lesões e hematomas no corpo.

Liminar para novo exame
A ordem para que o IML de Palmas fizesse um novo exame saiu na madrugada de terça-feira (25). A decisão foi do juiz plantonista de Araguaína. O pedido, inclusive, teve parecer favorável do Ministério Público Estadual.

O corpo chegou em Palmas para o velório na madrugada de segunda-feira (24) e desde então estava sendo velado na casa da mãe de Carlos Augusto, na quadra 403 Sul.

O enterro estava previsto para ocorrer às 10h de terça-feira (25). Mas como o IML não recolheu o corpo para fazer um novo exame, os advogados Zenil Drumond e Iago Augusto Marinho novamente procuraram a Justiça alegando, agora, descumprimento de ordem judicial.

 

NOTA DA SSP

“A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) informa que o Laudo de Exame Cadavérico feito no corpo de Carlos Augusto Silva Fraga, no último domingo (23), aponta constrição do pescoço compatível com enforcamento e ausência de evidências externas e internas de lesões traumáticas.

Não há sinais de afundamento do crânio ou da face. O laudo aponta que a causa do óbito, ocorrido no último domingo, 23, se deu por asfixia mecânica devido a constrição do pescoço com características da modalidade enforcamento.

Vale ressaltar que o exame foi realizado pelo Instituto Médico Legal de Araguaína logo após a comunicação do óbito, sendo concluído dentro do prazo legal de até dez dias, conforme previsto no Código de Processo Penal.

A SSP-TO reitera que as evidências indicam suicídio, por isso, o caso está sendo apurado pela 29ª Delegacia de Polícia de Araguaína, cujo delegado titular estava de plantão na 5ª Central de Atendimento no dia do ocorrido, tendo requisitado os exames de necropsia, a perícia do local e imagens do circuito de segurança da unidade penal. Portanto, vem acompanhando o caso desde o início e deve concluir o inquérito policial dentro do prazo legal.”

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