MENU

05/07/2023 às 16h54min - Atualizada em 06/07/2023 às 00h00min

9 em cada 10 produtores rurais atuam em conformidade com os critérios ESG, mostra novo estudo da Serasa Experian

Com amostragem ampliada estudo tem cenário positivo; monitoramento por imagens de satélite são fundamentais para a comprovação de dados socioambientais

SALA DA NOTÍCIA / Amélia Mirtilo
serasaexperian.com.br
Head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta - Foto: Divulgação
Um estudo inédito feito pela Serasa Experian, com mais de 337. mil produtores rurais de todo o Brasil, revelou que 91,8% deles atuam em compliance com a conformidade socioambiental, que passou a ser exigida pelo Banco Central para a concessão de linhas de crédito e fundos de investimento.

De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, o alto percentual exibe um quadro positivo sobre a adaptação da agricultura brasileira frente às métricas ESG. “O que vemos é uma potência nacional que, em sua maioria, trabalha para viabilizar um modelo econômico mais sustentável. Por isso, entendemos a importância de utilizar a expertise em dados para trazer transparência sobre o segmento como um todo”.

O levantamento também mostrou que, nesse novo momento do mercado de crédito, as análises complementares são fundamentais. “Um produtor rural que possui uma boa pontuação de crédito pode não ser tão bem classificado sob a perspectiva ESG. Esse tipo de perfil pode ter uma baixa probabilidade de inadimplência, mas potencialmente causar danos ambientais e reputacionais de larga escala”, explica o head de agronegócio da Serasa Experian.

Ainda segundo o executivo, a ideia do tipo de visão citada acima não é apenas mitigar riscos aos credores, mas garantir que os produtores que estão em compliance sejam vistos de forma adequada pelo mercado e, além disso, indicar para aqueles que ainda precisam se adaptar como podem melhorar a pontuação de crédito, os indicadores ESC e, por consequência, acessar linhas de crédito mais compatíveis com o seu perfil. Confira informações na íntegra no gráfico abaixo:

Monitoramento via satélite traz mais precisão nas análises socioambientais
A utilização de imagens capturadas via satélite foi integrada ao funcionamento do Score ESG, desenvolvido pela Serasa Experian, para aumentar a precisão da ferramenta. “Essa modalidade de monitoramento com imagens de satélite proporciona uma perspectiva abrangente e detalhada sobre as transformações ocorridas em uma região ao longo do tempo. Sejam desmatamentos, queimadas ou qualquer outra alteração, podendo capturar e analisar esses eventos, permitindo uma análise mais fiel e abrangente das propriedades rurais e das práticas adotadas pelos produtores”, comenta Marcelo Pimenta.

Isso graças ao banco de imagens que a empresa adquirida pela Serasa Experian, Agrosatélite, possui. A coleção de informações extraídas desse tipo de análise, de diferentes culturas e biomas, consegue comprovar a situação ambiental agrícola e tornar o crédito mais acessível e sustentável em todo o país.  

Este avanço, tanto tecnológico quanto estratégico, não apenas eleva a Serasa Experian a uma posição de autoridade em sensoriamento remoto, como também reforça seu compromisso com a sustentabilidade e com a promoção de práticas mais responsáveis no agronegócio.

Desempenho por cultura evidencia compromisso com as práticas sustentáveis

Segundo os dados do estudo, que avaliou três das grandes commodities brasileiras, é possível garantir que os mercados de café, soja e cana-de-açúcar, possuem um bom desempenho socioambiental mesmo quando observados separadamente. O setor cafeeiro, por exemplo, tem 95,6% de seus produtores operando em compliance com as práticas ESG. Além disso, o segmento de cana-de-açúcar registrou que 93,3% de seus trabalhadores estão em compliance. Para a soja, o quadro também é positivo, com 88,5% dos produtores bem avaliados. Confira o score médio dessas culturas no gráfico abaixo:



Para o head de agronegócio da Serasa Experian, a atuação de projetos como a Certificação do Café, a Moratória da Soja e grupos como o Bonsucro, relacionado à cana-de-açúcar, impulsionam a adoção de práticas sustentáveis e auxiliam na organização dos produtores. Isso sem contar com o novo Plano Safra, divulgado recentemente, que deverá premiar agricultores que produzirem com baixo carbono, por exemplo. “A adaptação às práticas ESG evolui constantemente e é primordial que os produtores de todos os portes e culturas estejam dispostos a mudar e entender novos formatos de trabalho. Para isso os incentivos e direcionamentos que contemplem os critérios socioambientais são primordiais”.

No entanto, Pimenta comenta que, mesmo que engajados, principalmente para pequenos agricultores, essa adaptação não é tão simples. “Sabemos que não adianta apenas responsabilizar o produtor irregular, por isso, queremos também ajudá-lo a estar em conformidade, disponibilizando informações e orientação. Dessa forma, poderemos trazer um grande número de CPFs e CNPJs de volta ao mercado”, finaliza Pimenta.

Metodologia
O levantamento, feito em maio deste ano, considera uma amostra de 337.776 mil produtores rurais extraída em todo o Brasil e representada apenas por trabalhadores rurais (pessoas naturais), abrangendo desde agricultores familiares até grandes exportadores. No estudo anterior, apenas indivíduos envolvidos na agricultura que buscaram crédito e/ou seguro foram avaliados. No entanto, nessa pesquisa, esse mesmo filtro não foi aplicado, o que permite uma visão mais abrangente do agronegócio brasileiro em relação às três principais commodities do país: café, cana-de-açúcar e soja.

As análises deste levantamento são baseadas em dados extraídos do Serasa Agro Score e do Serasa Score ESG Agro - módulos individuais. Essas ferramentas analisam documentos relacionados aos CPFs e às propriedades dos produtores rurais em termos de práticas financeiras e socioambientais. Para obter mais informações sobre o Score ESG e o Agro Score da Serasa Experian, consulte a fonte correspondente.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »