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03/07/2023 às 18h39min - Atualizada em 03/07/2023 às 18h39min

Promotora de Justiça faz vistoria no Hospital Regional de Araguaína e detecta vários problemas

34 cirurgias foram canceladas em junho por falta de leitos de UTI e de exames pré-cirúrgicos

Da Assessoria - TO
Imprensa-MP/TO
Vistoria do Ministério Público constatou pessoas atendidas nos corredores, com cestos de lixo sem tampa - Foto: Divulgação / MPTO
 
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) realizou, durante o mês de junho, mais uma vistoria no Hospital Regional de Araguaína (HRA) e detectou diversas irregularidades. Entre os problemas encontrados estão superlotação, falta de materiais, demora em fazer cirurgias, problemas nas escalas dos médicos e condições precárias estruturais em alguns setores.

No pronto-socorro, a promotora de Justiça Bartira Silva Quinteiro, titular da 5ª Promotoria de Justiça de Araguaína, verificou vários pacientes aguardando em macas, no corredor. De acordo com um servidor, a situação é recorrente. No setor, verificou-se, ainda, falta de trabalhador da área administrativa.

A má conservação do centro cirúrgico foi outro problema encontrado pela vistoria, que constatou paredes sujas e quebradas, excesso de equipamentos nos corredores e em locais inadequados – dificultando o trânsito.

A promotora de Justiça chamou atenção também para o alto número de cirurgias canceladas: 34 no total (entre 1º e 21 de junho). O MPTO apurou que os procedimentos não foram realizados por falta de leitos de UTI, falta de exames pré-cirúrgicos, falta de preparo do paciente e/ou por falta de materiais.

No setor de ortopedia, a vistoria flagrou muitos pacientes nos corredores aguardando por um leito, além de “péssimas condições de limpeza do local”, com lixos no chão e cestos sem tampa (próximos às macas).

A vistoria verificou, também, problemas na realização de cirurgias ortopédicas e viu irregularidades na escala de trabalho dos ortopedistas, que trocam plantões sem comunicar oficialmente à unidade – o que, segundo o MPTO, pode impactar diretamente na qualidade dos serviços prestados.

“Finalizando a inspeção na Ala Ortopédica, observou-se que a recepção dos consultórios médicos está em péssimo estado de conservação, notadamente o arquivo em estado calamitoso de infiltração, além dos mobiliários deteriorados”, consta no relatório do MPTO.

Na ala de psiquiatria foi verificada ausência de médico plantonista e “más condições de higiene do local”.

 

Providências

Após a vistoria, o MPTO requer providências para que os problemas sejam sanados em todos os setores. No pronto-socorro, a promotora quer saber quais medidas serão adotadas para pôr fim às irregularidades. No centro cirúrgico, o MPTO quer “ações concretas” para acabar com o “alto número de cancelamento de cirurgias”. As informações devem ser enviadas em até 30 dias.

Entre as providências, o Ministério Público requer ainda a implantação de sistemas eletrônicos dos prontuários dos pacientes e do controle da jornada de trabalho dos médicos. No setor de psiquiatria, a promotora de Justiça demanda apuração sobre o descumprimento da escala de plantão médico e implantação do registro de controle eletrônico por reconhecimento facial.

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