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12/06/2023 às 18h48min - Atualizada em 12/06/2023 às 18h48min

Ferrovia Norte-Sul é finalmente concluída depois de 36 anos e muitos escândalos de corrupção

Custo do frete poderá ser reduzido em até 40%

Agência Brasil
Foto: Agência Brasil
 
Sem alarde, o Brasil acaba de concluir um das maiores – e mais polêmicas – obras de logística. Depois de 36 anos, a Ferrovia Norte-Sul está pronta. No fim de maio, foi concluído o último trecho da “nova-velha” estrada de ferro, entre Palmeiras de Goiás e Goianira, no interior de Goiás.

O traçado original previa 4,1 mil quilômetros de trilhos, literalmente, cortando o país. Eles iriam do porto de Itaqui, no Maranhão, até o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul – daí o nome da ferrovia. Depois de erros técnicos, inúmeros escândalos e cerca de R$ 15 bilhões investidos, esse percurso encolheu. A Norte-Sul ficou com 2,2 mil quilômetros, entre Açailândia, também no Maranhão, e Estrela d’Oeste, em São Paulo. Agora, o correto seria chamá-la de Norte-Sudeste.

Embora menor, esse trajeto ainda é colossal. Ele corta quatro das cinco regiões do Brasil (Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste). E quais vantagens trará? Para Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, os benefícios incluem uma redução de até 40% dos custos de frete e, quem sabe, o início de uma mudança da concepção sobre logística no país.

Impulso econômico
O impulso econômico em logística, e investimentos que a ferrovia deverá levar à Região Centro-Oeste, no entanto, é o maior trunfo desse projeto que mesmo encurtado pela metade; mantém uma grandiosidade que lembra uma Transamazônica sob trilhos.

“A Ferrovia Norte-Sul representa um sonho antigo para a infraestrutura logística brasileira, principalmente quando olhamos para a Malha Central, que acaba de ter as obras concluídas”, diz Guilherme Penin, vice-presidente de Regulação e Expansão da Rumo, empresa que opera o maior trecho da concessão, de 1.537 quilômetros, entre Porto Nacional (TO) e Estrela d’Oeste (SP).

Ele prossegue: “A tendência é de uma atração de investimentos, que resultará em ganho de escala na oferta de produtos, mais oportunidades de emprego e maior participação econômica de estados como Goiás e Tocantins.”

A partir de agora, três estados sem saída para o litoral (Goiás, Tocantins e Minas Gerais) passam a escoar sua produção de grãos e outras cargas por meio de duas interconexões ferroviárias, ao norte e ao sul, para os portos de Itaqui (MA) e Santos (SP). A VLI, empresa controlada pela mineradora Vale, opera a outra concessão, um trecho de 720 quilômetros entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO).

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