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17/05/2023 às 21h21min - Atualizada em 17/05/2023 às 21h21min

Jogadora do Tocantins é a primeira indígena a assinar contrato com time de futebol profissional

O pai da atleta, o cacique Paulo César, acompanhou a apresentação da filha Ivanete Xerente ao time da Ferroviária (SP)

Da Assessoria
Foto: Divulgação / CBDE
 
Após representar o Tocantins no Campeonato Brasileiro Escolar de Futebol Feminino, realizado em Palmas, a estudante do 2° ano do Colégio Estadual Guilherme Dourado, de Araguaína, Ivanete Xerente, prepara-se para alçar voos maiores na sua trajetória como atleta.

A jogadora, natural da aldeia Cachoeira, no município de Tocantínia, assinou um contrato com a equipe da Ferroviária, de São Paulo, por um período de 5 anos.

A atleta, de 16 anos, faz parte da equipe 100 Limites de Araguaína. O projeto integra alunas do Colégio Estadual Guilherme Dourado e é formado por jogadoras de várias partes do Estado com formação escolar e treinos diários, visando a valorização na formação das atletas. A iniciativa conta com o apoio do Governo do Tocantins por meio das Secretarias da Educação (Seduc) e Esporte.

“Fiquei um ano e três mês jogando no clube 100 Limites, aonde fui com a mente de querer conquistar algo maior, trabalhei bastante pra isso, e hoje as portas se abriram. Fico feliz em conseguir meu primeiro contrato como profissional, e como primeira indígena do Brasil. Hoje tenho muito orgulho de representar meus povos indígenas no mundo do futebol, e creio que isso é apenas um começo de um grande sonho, de grandes realizações”, declarou Ivanete.

O seu maior incentivador, o cacique Paulo César, disse que ver a filha assinando um contrato profissional é um sentimento único. “Para tudo isso acontecer teve um processo, um deles é o apoio principalmente da família de quebrar essa barreira de ficar meses longe dos pais, em busca de aperfeiçoamento, da exigência no futebol. Agradeço de coração, os envolvidas na formação dela como jogadora em especial ao Deus criador”, explicou.

O pai da atleta também destacou a evolução da filha. “A etnia Xerente está muito bem representada por essa guerreira, apesar de ser uma mulher com apenas 16 anos, com a cultura diferente, costumes, alimentação, a comunicação, o ambiente, tudo isso ela teve e tem forças para superar e adaptar a seu favor. Ela amadureceu muito cedo e acreditamos que só tem a evoluir como pessoa e jogadora”, finalizou.

O treinador Paulão fala com orgulho da trajetória da atleta. “É uma grande satisfação ter feito parte da formação inicial da Ivanete Xerente, atleta que esteve no time durante um ano e meio, saindo das suas origens para um mundo totalmente diferente daquilo que ela vivia. É uma honra poder fazer parte desse processo técnico, tático e psicológico da atleta”.

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