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27/03/2023 às 19h23min - Atualizada em 27/03/2023 às 19h23min

Emagrecimento feminino e suas dificuldades, por quê?

Ludmila Pereira de Araujo Souza *
Como prometido semana passada, seguirei abordando alguns temas relacionados à nutrição na saúde da mulher. E hoje, escolhi falar sobre um que é campeão nas rodas de conversas desde meninas adolescentes, passando pelas jovens até aquela senhora que já entrou na menopausa: o emagrecimento feminino.  

Que atire a primeira pedra quem nunca ouviu uma mulher reclamando do seu peso e/ou da dificuldade para emagrecer. Bem raro, não é?! E de fato, esse é um assunto bastante pertinente e sempre de muitos questionamentos, inclusive pra mim, como nutricionista que atende em consultório.

A verdade é que todo o universo feminino, ainda que empiricamente, sabe: as mulheres apresentam sim uma maior dificuldade para perder peso. E isso se dá por vários motivos e vamos já conversar sobre eles. 

Primeiro e talvez o principal seja a questão fisiológica. Isso porque a composição corporal entre homens e mulheres é bem diferente. De maneira bem prática para que você, caro leitor, entenda: a mulher tem um teor de gordura maior que os homens e em contrapartida, eles têm uma quantidade de massa magra (que inclui músculos, água e ossos) maior que elas. 

Os músculos são grandes “gastadores de energia”. Ou seja, essa massa muscular tem um metabolismo maior que a gordura e, por isso, quanto mais músculos se tem, mais calorias consegue queimar.

É por isso que, muitas vezes, quando um casal entra em processo de emagrecimento juntos, os homens acabam conseguindo perder peso muito mais rapidamente que as mulheres. 

Outro ponto que também pesa contra o emagrecimento feminino é a questão hormonal. 

A testosterona, hormônio sexual predominantemente masculino, estimula formação de massa muscular e reduz níveis de gordura corporal. A mulher também produz testosterona, mas em níveis bem menores. Então, mais uma vez, a perda de peso feminina segue em desvantagem em relação à masculina.

Ainda falando de hormônios, podemos citar também o estrogênio que é o hormônio sexual das mulheres. Entre diversas funções, ele é responsável pela distribuição de gordura na região de quadris e coxas, possibilitando um corpo mais harmônico e feminino. 

No entanto, com a chegada da menopausa, os níveis desse hormônio caem e por isso, as mulheres passam a acumular menos gordura nessa região e mais na área da cintura. 

Sendo assim, justifica-se também por que nesse período as mulheres tendem a engordar mais, além de terem um processo de emagrecimento ainda mais complexo e difícil de se conseguir.

Outras razões que se dão também para a dificuldade na perda de peso feminina são por questões sociais e emocionais.

Como dito semana passada e ratificando hoje, as mulheres levam uma rotina sempre muito atribulada, tentando conciliar a maternidade, a vida de esposa e de dona de casa, a profissional, além das mais diversas cobranças, inclusive por questões estéticas. 

Para uma mulher conseguir levar um estilo de vida saudável nem sempre é tarefa fácil, porque além de aliar as atribuições já citadas, precisa ter sono em quantidade e qualidade adequadas, alimentação saudável e exercício físico. E aí, quem consegue? 

E para não me estender ainda mais, nem irei discorrer sobre as deficiências nutricionais – a exemplo da vitamina D tão carente entre as pessoas nos dias de hoje – e que também dificultam o emagrecimento e contribuem para a perda de massa magra. 

Por isso, meu nobre leitor, o emagrecimento feminino é um universo tão complexo e desafiador, mas sem dúvida alguma, possível de se atingir com saúde e qualidade de vida. 

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 * Ludmila Pereira de Araujo Souza   é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais
 

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