MENU

17/02/2023 às 18h51min - Atualizada em 17/02/2023 às 18h51min

Passado, teu nome é saudade

MANOEL ALVES RESPLANDES

Carlos Brandão
Foto: Divulgação
 
Maranhense de Barra do Corda “Manoel era um bom homem, trabalhador e sempre preocupado com a educação dos nossos filhos”. Assim definiu D. Rita, sua esposa. 

Aos 16 anos, Manoel, sua mãe e seus 3 irmãos vieram em busca do seu pai, Abdon Alves Paiva, que viera para Imperatriz e já se passara 11 anos. E D. Rita acrescentou: “Eles ficaram em Lagoa Verde, porém o pai dele se mudou para Castanhal-PA. Foi procurar uns parentes.”Manoel sempre foi muito trabalhador e com sua mãe e os irmãos buscou na roça o sustento e sempre pensando na família”. 

Com 13 anos, sua então futura esposa Rita Alves Queiroz veio morar em Imperatriz para estudar e foi morar com Amélia Herênio Ribeiro, e foi aí que se deu o encontro com Manoel. Vejam: “Ele vendia o que produzia na roça, arroz, feijão e milho, para Manoel Ribeiro e Jonas Ribeiro. E aí não deu outra (risos). Namoramos e em 1954 nos casamos”. 

Seis meses após o casamento, Manoel e Rita se mudaram para a Rua Simplício Moreira (centro) e Manoel não perdeu tempo: cuidou de abrir logo uma mercearia, e rapidamente mudou para a Rua da Piçarra (Av. Getúlio Vargas). Com o tino de comerciante abriu a Casa Resplandes, que funcionou por 10 anos, sempre atento a evolução e como um exímio comerciante foi ser representante das Sandálias CARIRI e conquistou um extenso número fregueses, dentre eles José de Brito (Zé Dito), Antero Abílio de Freitas (Mara Confecção) e José de Ribamar Marinho (Casa Marinho). D. Rita acrescentou: “Brandão, nesse tempo o Manoel fazia a entrega das sandálias numa KOMBI e nos finais de semana ele alugava para fretes e até viagens (risos)”. 

Com o dinheiro que contabilizou nesses anos, em 1975 Manoel abriu um bar e mercearia na Rua Simplício Moreira, esquina com a Rua Benjamim Constant (Rua Bom Futuro), atividade que durou 30 anos. “Papai vendia de tudo e o tira gosto para quem gostava de uma cachacinha ele servia caça (tatu, veado, anta) para agradar seus fregueses”, conforme narrou sua fila Ivana. 

O tempo passou e através do seu irmão, Antônio Resplandes, Manoel foi convidado para conhecer um garimpo em Roraima. Veja o que disse sua filha Ivana: “Nesse garimpo, papai ‘bamburrou’, ganhou muito dinheiro e investiu no que achou que deveria e deu certo”. Porém, nesse garimpo Manoel contraiu uma doença pelo manejo do mercúrio, em 1991 com 59 anos veio a falecer. 
Das muitas lembranças e recordações, D. Rita pontuou duas: “O nascimento dos nossos filhos e as muitas viagens que fizemos (pausa). E o fechamento do comércio, que deixou nossos filhos sem estudar”. 

E por falar, em filhos aí estão eles: Maria de Fátima, Gelson, Maria Guadalupe, José de Ribamar, Maria Itelvina, Rita de Cássia, Ivana e Manoel Filho (IM). Pensam que acabou? E já são 17 netos, 13 bisnetos e 2 tataranetos. 

Foi uma manhã de muitas emoções, onde procurei esconder as lágrimas por estar frente a frente com D. Rita e a Ivana, que me ajudaram a construir a história de sucesso de um ser humano que conheci ainda criança, que foi um grande amigo dos meus pais. Amizade que D. Rita fez questão de manter com minha mãe.

Manoel Resplandes, homem honrado, íntegro, trabalhador, esposo dedicado que fez da labuta diária seu foco maior, sonhava e pensava grande e os resultados logo apareciam. Viveu como um excelente empreendedor. Deu certo e esse foi o seu legado e a maior riqueza deixada para seus filhos.

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »