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19/12/2022 às 22h25min - Atualizada em 19/12/2022 às 22h25min

“É diet ou light?”

Ludmila Pereira de Araujo Souza *
Em tempos em que a grande preocupação da maioria da população é se “engorda ou não” e com o crescimento de uma série de doenças metabólicas, a exemplo da Diabetes Melitus, o surgimento dos alimentos diet e light veio como a solução para diversos desses problemas.

No final da década de 60, surgiram no Brasil os primeiros alimentos considerados diet e light.

A ideia desses produtos era, de fato, revolucionar e resolver uma série de necessidades e/ou restrições alimentares pelas quais muitas pessoas passavam e seu consumo virou uma febre, principalmente por volta dos anos 2000.

Agora, vamos lá ao conceito de cada um.

Os alimentos diet são isentos de um determinado nutriente, como carboidrato, proteína ou gordura. Geralmente, o que se vê com frequência no mercado, é a retirada do carboidrato. Portanto, torna-se um produto que pode ser consumido por um indivíduo diabético, visto que ele não contém adição de açúcar. Não é uma regra, mas a depender do quão reduzido foi o valor calórico desse produto, pode ainda auxiliar em uma dieta para emagrecimento.

Já os alimentos light são os que contêm uma redução de pelo menos 25% de determinado nutriente – também podendo ser o carboidrato, proteína ou gordura – e consequentemente, há diminuição de calorias.

Comumente, faz-se essa redução com as gorduras – tornando a diminuição calórica ainda mais significativa – e por isso, esses alimentos podem ser inseridos em uma dieta para emagrecimento. 

E agora, você deve estar pensando: Que maravilha, nutri! Temos uma solução fantástica para muitos dos problemas de saúde e excesso de peso pelos quais a população passa.

E eu respondo a você, caríssimo leitor: não é bem assim.

A indústria alimentícia, a fim de manter a palatabilidade e o sabor dos seus produtos, abre mão de um grupo de nutrientes, mas aumenta em outro. Ou seja, resumindo, na grande maioria das vezes, a troca acaba sendo de “seis por meia dúzia”.

Os alimentos diet – daqueles que geralmente se retira o açúcar – costumam ter um teor maior de gordura. Dessa forma, ele pode ser considerado um produto “adequado” para um indivíduo diabético, mas em termos de valor calórico, ele é semelhante ou até maior que um produto comum que não é diet. Portanto, se o objetivo for de perda de peso, esse diet já não é aconselhado.

Em relação ao light – que falei que geralmente é feita redução do teor de gorduras –, teoricamente, ele deveria ter um valor calórico bem menor não é mesmo?! E daí ser aliado ao emagrecimento… Mas para que esse produto continue sendo gostoso, é acrescida uma quantidade de açúcar ainda maior, assemelhando-se, em termos de calorias, à quantidade do seu produto não light. E ao final das contas, a diferença de um light para um tradicional é tão pequena, que nem sempre compensa a troca.

Ou seja, cada produto, seja diet ou light, para cada caso, finalidade e estado de saúde do consumidor, deve ser analisado individualmente e verificar o que realmente vale a pena.

Mas quer um conselho de milhões? Moderadamente, independente do seu objetivo, você pode consumir a versão original de qualquer produto.

E aí… É diet ou light? Na minha opinião, nenhum dos dois.
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 * Ludmila Pereira de Araujo Souza   é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais
Instagram: @ludmilapasouza.nutri - Email: [email protected]

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