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22/10/2022 às 01h08min - Atualizada em 22/10/2022 às 01h08min

Ministério Público e Conselho Regional vão investigar veterinária que marcou 22 no rosto de bezerro com ferro quente

O crime de praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais é punível com pena de detenção de três meses a um ano, mais multa, conforme a Lei n. 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais)

Da Assessoria
Após a repercussão do caso, a veterinária apagou o vídeo de suas redes e tentou se justificar em um vídeo que também foi deletado posteriormente - Foto: Divulgação
 
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) instaurou, nesta quinta-feira (20), procedimento investigatório criminal para apurar possível crime de maus-tratos a animal, praticado contra um bezerro que teve seu rosto marcado a ferro quente com o 22 - que corresponde ao número de urna de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.

A investigação criminal foi instaurada pela 12ª Promotoria de Justiça de Araguaína, que atua na área de defesa do meio ambiente. O vídeo ganhou repercussão nacional.

O crime de praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais é punível com pena de detenção de três meses a um ano, mais multa, conforme a Lei n. 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais).

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Tocantins (CRMV) também já informou que vai investigar a profissional.

No vídeo da ação, que viralizou nas redes sociais, o animal aparece deitado, sendo segurado por um homem, enquanto a veterinária Fernanda Paula Kajozi pisa no focinho do bezerro e realiza a marcação a ferro quente. Ao fundo, toca um jingle em apoio ao presidente: ‘Vota, vota e confirma. 22 é Bolsonaro”.

Após a repercussão do caso, a veterinária confirmou ser apoiadora de Bolsonaro, mas justificou que a ação não tinha conotação política, apenas de marcação de rebanho.

O Ministério da Agricultura esclareceu que a marcação no rosto para vacinação e marcação do rebanho é liberada, mas que a ação da veterinária estava fora do padrão exigido.

O animal em questão aparece sendo marcado com o número 22, na face esquerda, reservada para o caso de vacinações contra a brucelose. O padrão, no entanto, segundo o ministério é usar a sigla ‘V’ ou o último algarismo do número do ano da vacinação, no caso 2. Também foi questionada por especialistas a maneira como o animal aparece imobilizado, com a mulher pisando sob a cabeça do bezerro, o que pode configurar maus tratos.

Após a repercussão do caso, a veterinária apagou o vídeo de suas redes e tentou se justificar em um vídeo que também foi deletado posteriormente. Fernanda Paula Kajozi também fechou o acesso às suas redes sociais.

“‘Se ficar comprovado o ilícito’ a profissional poderá responder processo ético que será analisado e julgado em Plenária, podendo ser punida”, esclareceu o conselho regional.

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