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24/12/2021 às 19h29min - Atualizada em 24/12/2021 às 19h29min

NASCE HELENA

Phelippe Duarte
Pela primeira vez em muito tempo ou até onde me recordo, eu fiquei sem nenhum tipo de inspiração para expor meus sentimentos, pensamentos, bobagens ou tristezas aleatórias. Não sei qual motivo originou o bloqueio mental de uma mente que não tinha motivos nenhum para ter bloqueios. A vida parou de me inspirar? As simples coisas, os pequenos gestos, os mínimos detalhes, deixaram de existir para mim? Já me inspirei na palavra ‘’puxe’’’ de uma porta de ala de hospital. Consegui extrair sentimentos de onde não tem sentido tirar alguma situação, ou proveito do objeto que se descreve. Como também pensei em mil coisas, e quando fui escrever, escrevi mil palavras diferentes. Quando Benicio, meu filho, nasceu, tudo era tão novo, tão absurdamente mágico, que eu me embananava para pensar. Comecei de fato a entender tudo o que significava ser responsável por alguém nesse mundo, aos poucos, e fiz uma canção e uma crônica. A canção só eu e a mãe dele temos, o texto, está impresso em algum lugar, onde ainda não virou um quadro por desleixo meu. A letra da canção, diz assim:
Eu posso ter demorado pra entender todo esse amor
Mas tinha que ser perfeito como a gente sonhou
No seu cheiro está a paz, que me faz tão bem
Nos seus olhos a certeza, que o melhor sempre vem
Não tenho mais nada pra pedir, se já te tenho aqui
Basta olhar pra mim, pra te ver
Basta olhar pra mim, pra te ver

Acredito que consegui soltar do meu coração e da minha cabeça, tudo o que eu queria dizer. O restante do sentimento, ele é construído diariamente, fixando-se para todo o sempre. Mas depois parei, e a um ano atrás, meu coração esquentou de novo como uma novidade louca, uma paixão daquelas que esfria a barriga, que faz as mãos suarem e o chão parecer um pedaço de isopor. Sem aviso prévio, a notícia: papai novamente. E de repente, sem respeitar nenhum momento de reflexão, o grande divisor de entendimento sobre o amor em sua forma completa: uma menina. É, amigos, parei. O que há mais belo neste mundo do que uma criança para inspirar alguém que se atreve a escrever desde os seis anos de idade, como eu? O que faz tudo ir por água abaixo, você afogando, e sim, sem ar, por uma notícia linda? Helena Duarte Parreira Santos. A única fêmea que aniquilou todo o meu limitado vocabulário e imensurável amor. Ainda não consegui escrever sobre Helena. Veja que estou enrolando desde a primeira frase deste texto. Onde eu deveria apenas escrever Feliz Natal, estou tentando falar da minha filha pela primeira vez. Porque ela, é o meu Natal. Nasceu uma estrela no meu céu incompleto. Uma estrela que me guia pelos caminhos tortuosos, que me fez mudar de vida de uma forma incrível. Helena é o complemento da história de amor entre eu e a mãe dela. É a junção perfeita para o seu irmão. Helena é o eixo que faltava para a engrenagem do meu coração voltar a inspirar-se, é a força motriz que me faz entender que a vida, só é vida, quando temos alguém para amar como se nunca houvesse outra chance para isso. Depois dos meus filhos, realmente, eu não quero mais amar ninguém, porque todo o meu amor, está ocupado para eles. Desde a chegada ao nascimento de Helena, tudo gira em torno dela. Tudo o que faço, é por ela. E neste Natal, quero dizer a você: se um dia a sua inspiração estancar, não se desespere. Não é que você tenha mudado. Não é que tudo é do mesmo jeito e não tem mais graça. É apenas Deus te dizendo, que a sua vida precisa de um tempo para entender que o amor verdadeiro, é a única chave para a mudança desse mundo complicado. Neste Natal, mesmo com as situações delicadas que temos vivido, veja só: você está em família, e isso é o melhor presente por si só. Você tem amigos, é isso é uma dádiva. Você tem saúde, tem trabalho. Você tem o dia, a tarde, a noite. Deus abençoe cada um de nós. A inspiração, começa quando você abre os olhos.

Feliz Natal.

 
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