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05/04/2024 às 16h57min - Atualizada em 05/04/2024 às 16h59min

Nailton Lyra Escreve

NAILTON LYRA

NAILTON LYRA

O Doutor ​NAILTON Jorge Ferreira LYRA é médico e Conselheiro do CRM/MA e Conselheiro do CFM representando o Estado do Maranhão

Gordura no fígado

Por que é tão comum esse diagnóstico? É perigoso?

Muito comum esse achado em check up, o diagnóstico de gordura no fígado, tecnicamente conhecido com o nome de esteatose hepática, classificados em um variado grau e manifestação, mas podemos de maneira simples classificá-la de discreta, moderada e severa. Logicamente esse é um parâmetro observacional, depende do examinador.

É uma condição muito comum na população em geral.

O fígado é um dos órgãos mais versáteis de nosso organismo, com funções múltiplas e uma capacidade ímpar de se recuperar de lesões, inflamatórias e traumáticas.

O tipo de vida que temos atualmente nos leva a abusos alimentares excessos alcoólicos e mesmo assim o fígado de mantém em sua função normal. O excesso de gordura no sangue é reconhecido pelo fígado que chama para si a tarefa de remover esse metabólito, que causa um acúmulo silencioso com deposto gorduroso no parênquima hepático.

Isso leva a muitos motivos de preocupação, além de estéticos os riscos cardiovasculares (infarto).

A experiência atual mostra que a esteatose hepática não é tão inofensiva como parece, vamos esclarecer alguns pontos.

Para o diagnóstico, o exame mais importante é o ultrassom do abdome total que consegue quantificar a gordura acumulada. Lembrar que esse processo de acúmulo de gordura é absolutamente silencioso, o paciente não sente NADA. O aparecimento de sintomas é bastante demorado e tardio.

Fatores de risco são a obesidade, o sedentarismo e o diabetes do tipo 2. É, em geral, uma condição não relacionada ao alcoolismo.

A prevenção não tem novidades, basicamente são medidas comportamentais, perda de peso, atividade física regular, restrições de açucares e gorduras.

As complicações mais temidas da esteatose hepática são a cirrose, que é um distúrbio na arquitetura hepática prejudicando o adequado funcionamento e o câncer de fígado.

E remédio para combater a gordura no fígado? Muitos estudos em desenvolvimento, mas nada de comprovado, para a obesidade severa usamos a cirurgia bariátrica. Alguns médicos usam produtos “auxiliares” no tratamento da esteatose, esses não são capazes de curar e acabar definitivamente com o problema. Vitamina E, Colina, Silimarina, Metionina e Omega 3 exercem papel auxiliar em prol da qualidade funcional do fígado.

Como as gorduras são predominantemente eliminadas através das fezes, é importante mantermos um bom funcionamento intestinal com uma dieta rica em fibras, hidratação vigorosa (beber água! Não cerveja!), tratar processos inflamatórios associados, uso de probióticos para equilibrar nossa flora intestinal.

Lembrar que não é só o álcool que tem o aspecto danoso ao fígado. Atualmente a terceira causa de transplante hepático nos USA são de origem na esteatose hepática, com o desenvolvimento de cirrose e câncer de fígado. Lembrar que esse processo pode se iniciar já na infância.

Não existe remédio milagroso, mas existem estratégias de potencial preventivo que facilitam o controle evolutivo do processo, como perda de peso, dieta saudável e atividades físicas regulares sem abuso alcoólico.

Gordura acumulada não é inofensiva em nenhuma parte do nosso corpo!

Tenham esse conceito como regra!
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