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28/07/2023 às 00h00min - Atualizada em 28/07/2023 às 00h00min

Caminhos por onde andei

CLEMENTE VIEGAS

CLEMENTE VIEGAS

O Doutor CLEMENTE VIEGAS é advogado, jornalista, cronista e... interpreta e questiona o social.

“PEGA-LADRÃO”!

Quem por aí lembra da figura? Alguém? Ninguém? Lição da vida ensina que “ninguém nasce feito”, mas Babá da MCB até parece que já nasceu ladrão. Seu pai não o suportava, mas... a sua mãe tolerava as perversidades do moleque. E, nisso, o casal vivia em constantes atritos.

Em princípio ele em “serviço alugado”, conduzia cargas de arroz em animais de serviço. Já começou enganando ao patrão. Entregava duas cargas e apontava quatro., cinco. O patrão desconfiou e marcou colado. Ainda assim, ele ludibriava e recebia dobrado. Na justiça enganava Juiz, Promotor, testemunhas e advogado. Na polícia enganava agentes, policiais e ao Delegado.

Uma única fresta na cadeia era o bastante para que ele arquitetasse e executasse uma fuga. Então, não havia prisão que o segurasse. Um tipo falaz, olhos esverdeados, era dono de uma simpatia diabólica.”Era a cara do cão”, dizia a Polícia. E uma “lábia de derrubar qualquer um”. Andava com uma fotografia sua montado em um gado numa fazenda de arroz. Dizia que ali era a fazenda de sua família onde trabalhava e... posava de “gente boa” e trabalhador. Servia-se dessa fotografia como “comprovante de trabalho”. Pura enganação! Mas, de cara, as pessoas até que admitiam.

Tinha uma prática terrível de furtar carteiras dos bolsos traseiros das pessoas e até mostrava os dois dedos de que se servia e como fazia. Bicicleta? Toca-fitas? Máquina fotográfica. Isso tudo era fichinha no currículo do sujeito. E quando montava sobre uma bicicleta alheia, já voava no vapor, pela contramão, arriscando-se entre carros, motos e ônibus para dificultar a perseguição da vítima ou o clamor de populares, aos gritos de “pega-ladrão”.

A Exposição Agropecuária, por aqui era o objeto dos sonhos de consumo do jovem bandido. Era durante a Exposição que ele mais ganhava dinheiro fácil, “batendo” (furtando) carteiras de cédulas, das pessoas. Gabava-se. Até porque os seus roubos e furtos, passado o sufoco e o flagrante, ele os declarava abertamente. Cínico que era, como certamente, ainda o é. Por último andava armado. Era um “periculoso” só de ocasião. No fundo não era assaltante, só era mesmo era ladrão, em pequenos furtos.

Babá da MCB, era terrível! Implacável! Carimbadíssimo! Até que um dia... desapareceu. Anos mais tarde voltou ao velho local dos seus velhos crimes, quando, basicamente, ninguém mais o conhecia. Disse que estaria morando em Goiânia do velho Goiás. Disse que era dono de uma garagem de venda de carros seminovos; que era amigo de deputados e de pessoas importantes, inclusive do Judiciário. Disse claramente que não roubava mais. Porque “não precisava.”

Disse que estava por estas bandas apenas para comprar uma casa para a sua mãe e… na carona, para os pais, já que o pai não o tolerava. Queria comprar uma boa casa, no centro da cidade, pagar à vista, para dar conforto e sossego à sua mãe. Esta e somente esta, o foco das suas intenções. O pai, por sua vez, “vivia com a cara enterrada ao chão”, como o próprio dizia, pelas vergonhas sofridas com os furtos e a vida indigna do filho. Menino bom, era aquele outro, seu filho, dizia o pai, elogiando aquele outro filho que “serviu ao Exército”. Aquele sim, um tipo de homem; Trabalhador, direito, sério!

Perguntado a Babá da MCB se ainda roubava, se ainda “batia carteira”, disse que não precisava mais disso; contudo por uma ou outra vez, e, “porque a onça velha não perde a pinta”; executava uma ou outra operação, “só para descolar”. E que a última “parada” que fez, foi naquela viagem recente, só para “contribuir com a gasolina da viagem”. Para não perder a prática, o costume, a experiência. Disse na cara limpa, à base do que sempre foi a sua vida, a sua rotina.

E se é verdade que ninguém nasce feito, Babá da MCB, porém, já nasceu ladrão. Ou, como diziam: “um ladrão fino”. Petista até o último fio de cabelo! Era como ele fazia questão de se declarar.

Taí, Nelson Bandeira, mata essa.

 

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