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06/03/2021 às 00h00min - Atualizada em 06/03/2021 às 00h00min

Buzuca, um breve histórico

Elson Araújo
Foto: Divulgação
Pouco antes de ser internado, numa conversa por telefone com um amigo, e longe de imaginar as complicações que estariam por vir, Buzuca disse que estava com a covid-19 pela segunda vez. Na primeira, segundo ele, os sintomas tinham sido leves e acreditava que não seria diferente novamente. “Estou isolado em casa. Assim que melhorar nós vamos comer aquela galinha caipira que te prometi”, disse ele num tom de otimismo.

Buzuca não reagiu positivamente aos cuidados domiciliares. A doença evoluiu e ele teve que ser internado no Macrorregional, hospital mantido pelo Governo do Estado, referência no atendimento de pessoas acometidas pela covid-19. Com o agravamento entendeu-se de transferi-lo para São Luís. Desde então, diariamente a família, por meio das redes sociais, vinha alimentando os amigos e admiradores com boletins sobre seu estado de saúde.

No meio da semana passada, um susto. A circulação de um áudio anunciava que o parlamentar tinha falecido. Era uma notícia falsa (que o destino tornou precipitada), desmentida logo pela família que deixou a todos aliviados.

Na quarta-feira, dia 3, um filho do vereador, distribuiu um áudio dizendo que ele estava reagindo bem ao tratamento e pedindo orações, e ontem, 5, a cidade amanheceu com o impacto do anúncio da morte do vereador licenciado, ex-presidente (campeão) do Cavalo de Aço, vascaíno de coração e atual presidente da Fundação Cultural de Imperatriz.
Seguido ao anúncio da morte do parlamentar licenciado, as redes sociais foram inundadas por manifestações de pesar. 

2004, o começo

O vereador José Carneiro dos Santos, o Buzuca, surgiu na vida pública, em 2004, numa disputa “paroquial” no Santa Inês, pela indicação de quem seria o representante do bairro nas eleições municipais que se aproximava. A disputa movimentou a comunidade por quase três semanas com direito a reuniões, debates, bate-boca, e cobertura da imprensa. Além do Buzuca, mais quatro candidatos disputavam a indicação. Quem vencesse o plebiscito, partiria para eleição já fortalecido com o apoio dos moradores. O Buzuca venceu e ali, teve início ali sua trajetória política, interrompida ontem com o anúncio de sua morte, aos 52 anos, decorrente de complicações provocadas pela covid-19. A precoce morte do vereador pegou a todos de surpresa.
O ex-prefeito Madeira lembra que foi no PSDB que o Bazuca foi acolhido e disputou sua primeira eleição. “Embora não tenha vencido a primeira, surgia ali uma jovem liderança política, popular e amada pela cidade. Se eleger era só uma questão de tempo, e foi o que aconteceu no pleito seguinte. Primeiro pelo PSDB, e mais recentemente pelo Democratas. Estamos tristes. A cidade perde um político atuante, e nós um amigo” lamentou.
O ex-presidente do Cavalo de Aço, não circulava bem só no meio político. Ele também era respeitado como desportista e peladeiro. Além disso, surfava com desenvoltura pelos movimentos de juninas, reggae, e dos brincantes de carnaval, grupos organizados de  onde vinham parte da sua base eleitoral.

Manifestações

O pastor Célio Henrique, suplente de vereador pelo PTB, mas que já foi presidente da juventude do PSDB, acompanhou o início da sua vida político partidária. Estava na comissão que organizou o plebiscito que ele venceu para ser o representante do Santa Inês nas eleições de 2004.  “O Buzuca sempre foi uma pessoa pacífica. Não tinha inimigos,  nem pessoal, nem político. Procurava resolver os problemas sempre no diálogo” destacou.

“Quero lembrar do Buzuca como um amigo cordato, prestativo, humilde e de bem com a vida” comentou a cerimonialista Zilda Reis.

“Tu foste uma pessoa do bem e que deu oportunidades para tantas pessoas. Ajudou tantas pessoas. Obrigado pelas inúmeras oportunidades. Obrigado por entender que a cultura pode ser feita para todos e para todas” escreveu o professor Samuel Souza, diretor da Fundação Cultural.

“Conheci o Buzuca quando ele ainda era do nosso partido, o PSDB. Um político pacífico, dedicado ao povo e humilde” comentou o senador Roberto Rocha

“Imperatriz amanhece mais triste a cada notícia de falecimento. Desta vez, nosso colega Buzuca, vereador é quem nos deixa com suas lembranças de alegria e dedicação.  Nosso pesar a toda a família e amigos. Que Deus lhes conceda o conforto necessário” escreveu o vereador Aurélio do PT, ao republicar uma nota de pesar da Câmara Municipal.

“Mais um amigo perdeu a batalha pra esse vírus maldito… Grande Buzuca! Merecia viver mais! 
Foi um grande amigo na minha época de Parlamento, sentávamos na mesma mesa, um ao lado do outro, sempre votava nas minhas proposições. E embora estive nesse momento em blocos políticos diferentes, sempre reconhecerei a boa amizade que tínhamos. Me lembro que fui na sua chácara de surpresa e o encontrei sozinho banhando numa cacimba de um pequeno riacho. Era um homem simples, de trajetória e personalidade agradável, defensor de causas da Cultura e do Esporte. Vá em paz! A cidade que lhe acolheu, lhe deu poder, lhe deu família e sempre lembrará das suas lutas”
- Um último abraço do seu amigo. Prof. Adonilson

“A partida de uma pessoa como o Buzuca provoca um vazio imenso na alma de quem o conhecia. Apesar de saber da gravidade do seu quadro, foi um impacto terrível para mim” registrou o prefeito de Imperatriz Assis Ramos.

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