20/04/2023 às 21h50min - Atualizada em 20/04/2023 às 21h50min
A ‘Marronzinha’ e os filhotes
Raimundo Primeiro
Cena inusitada. Rolinha-fogo-pagô cuidando dos filhotes no pé de ata, no quintal da casa de minha mãe, dona Dina, aqui em Imperatriz (MA). Os ovos eclodiram há três dias, no domingo, 16/04. Os filhotes sãos recebem o afago da cuidadosa mamãe. Ela só deixa o ninho para buscar comida. Não demora. Retorna, protegendo os filhotes, de cor acinzentada. O significado de rolinha é pomba. Trata-se de uma ave comum em nossa região.
Dona Dina, mãezona também, redobrada atenção. Olhares fitos no ninho, protege a ninhada de predadores. Até da Lindinha, por mim carinhosamente chamada por Branca. Cenas que inspiram, reafirmando que “são as pequenas coisas que constroem a maior parte de nossa vida”.
Aproveitando o fascinante momento, trago à tona máxima do educador e escritor brasileiro Rubem Alves: “tudo o que vive é pulsação do sagrado. As aves do céu, os lírios dos campos... Até o mais insignificante grilo, no seu cricri rítmico, é uma música do Grande Mistério. É preciso esquecer os nomes de Deus que as religiões inventaram para encontrá-lo sem nome no assombro da vida”.
O ninho já estava lá. Dias antes, ainda sob as chuvas do verão que caiam sobre Imperatriz, outra rolinha escolhera o pé de ata do quintal de dona Dina para ‘construir’ sua morada. Bênçãos! Os filhotes não nasceram! Ela se foi... Sem deixar vestígios.
Para nossa alegria, outra rolinha (quem sabe até a mesma!) adotara o ninho ‘edificado’ no quintal da residência de dona Dina, ao lado da casa de Lassie, nossa cachorra, que havia morrido recentemente.
Vivas a ‘Marronzinha’, a rolinha!
Que os filhotes cresçam, fortes, ganhando o mundo, voando por ai!...
Até a próxima ninhada, ‘Marronzinha’!