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12/08/2022 às 18h10min - Atualizada em 12/08/2022 às 18h10min

Carreira técnica favorece inserção profissional no mercado, no ensino superior e o empreendedorismo

Com formação rápida, menor investimento e maior chance de inserção no mercado de trabalho, a educação técnica abre um leque de oportunidades aos jovens

Da Redação
Imprensa/Sistema FIEMA
De marceneiro, competidor da Olímpiada do Conhecimento, Marcos Maia (25), atualmente integra o time de instrutores do SENAI Maranhão - Foto: Divulgação
 
Ingressar na faculdade ou fazer um curso técnico? Essa dúvida paira na cabeça de milhares de jovens que anseiam pela independência financeira e por uma profissão para chamar de sua. E foi exatamente assim com Samuel Castro (22), que ao concluir o ensino médio, não sabia qual opção seguir, até que acabou tentado pela carreira técnica. A educação profissional foi o caminho escolhido por ele para chegar mais rápido ao mercado de trabalho e ter condições, então, de custear um curso superior. 

“Foi quase imediato. Concluí o curso técnico e conquistei uma vaga de desenhista projetista elétrico na empresa SGS Brasil. Com esse emprego, logo em seguida já entrei na faculdade. Aconselho muito aos jovens que busquem pela qualificação técnica por conta do retorno rápido e baixo custo de investimento”, conta Samuel. 

Destinado a pessoas que já concluíram ou que estejam cursando o ensino médio, o curso técnico é uma das modalidades da educação profissional com uma carga horária média de 1.200 horas (em média, 1 ano e seis meses de duração). Ao concluir a formação, o aluno recebe um diploma e ganha também uma profissão, podendo atuar no mercado de trabalho ou ainda empreender no setor industrial. 

Por aliar teoria e prática, a educação profissional tem contribuído significativamente para melhoria dos índices de empregabilidade em todo país, assim como para o aumento da média salarial e mostra-se como uma opção tanto para profissionais que buscam recolocação no mercado, desejam iniciar uma carreira ou empreender. 

Apesar da carreira técnica apresentar inúmeras vantagens como melhores salários, maior chance de empregabilidade e menor investimento, ainda é pouco procurada no país. Isso porque ainda é vista de forma preconceituosa. No Brasil, só 9% dos adolescentes concluem a educação básica com um diploma de curso técnico. Enquanto nos países europeus, no Reino Unido, por exemplo, cerca de 63% dos alunos são formados no ensino técnico de nível médio. Na Alemanha, o percentual é de 50%.

DE ALUNO DE CURSO TÉCNICO A EMPREENDEDOR – Na contramão dos números, Lucas Araújo optou pela direção contrária ao que a maioria escolhe no Brasil. Terminou o ensino médio e procurou o SENAI, onde cursou o Técnico em Eletrotécnica. Concluiu e passou por duas empresas de energias renováveis. Atualmente, com 25 anos, abriu o próprio negócio, especializado em energia solar e elétrica industrial, e já alcança clientes além do mercado interno de Imperatriz, no Maranhão, chegando ao Tocantins e ao Pará. 

“Eu tive a felicidade de descobrir que o ensino técnico é uma excelente oportunidade para ter uma profissão no mercado, além do que, pode nos direcionar de fato para o curso que pretendemos realizar. Já fiz algumas especializações em elétrica, e agora busco pelo curso superior em engenharia elétrica ou industrial”, conta Lucas. 

DE MARCENEIRO A INSTRUTOR DO SENAI – Morando em uma cidade com menos oportunidade, o jovem Marcos Maia (25) veio para Imperatriz-MA para concluir o ensino médio. Para não retornar à cidade natal decidiu se inscrever no curso Técnico em Pedreiro de Alvenaria. Se destacou tanto nas aulas, que foi convidado pelo SENAI a participar de um seletivo para o curso Técnico em Marcenaria. Passou. Tamanho foi o desempenho de Maia no curso, que ele teve a oportunidade de representar o Maranhão na Olimpíada do Conhecimento, maior competição profissional da América Latina, alcançando medalha de bronze, em 2016, na ocupação Movelaria.
 
Mas sua trajetória de sucesso não termina aí, e em 2017, foi convidado a integrar o time de instrutores do SENAI, instituição que o acolheu como aluno na adolescência. Hoje, além de dar aulas e preparar novos competidores para a Olimpíada do Conhecimento, ainda é empreendedor na área de marcenaria, atuando no ramo de móveis planejados. 

“Minha entrada no SENAI foi um divisor de águas, pois me oportunizou inúmeras portas. A carreira técnica ainda me permitiu concluir dois cursos superiores, em Design de Interiores e Arquitetura e Urbanismo”, ressalta. 

CARREIRA TÉCNICA X OPORTUNIDADES – Apesar dos salários de muitas profissões técnicas no Brasil superarem, em média, os de níveis superior, com acréscimo na renda de aproximadamente 18% em relação a pessoas que concluíram apenas o ensino médio regular (RAIS, 2015), ainda sim, a carreira técnica sofre com a baixa procura e consequentemente, a escassez de mão de obra qualificada. Em alguns setores, chegam a sobrar vagas de trabalho por falta de candidatos qualificados.

Para se ter uma ideia até 2025, o Maranhão precisará qualificar 81 mil pessoas em ocupações industriais, sendo 21,8 mil em formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e 59,2 mil em formação continuada, para trabalhadores que devem se atualiza, segundo dados do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025.

Por isso, fazer um curso técnico aumenta as chances de empregabilidade, já que a maioria das pesquisas evidenciam ainda que cerca de 70% dos profissionais formados conseguem emprego em sua área em menos de um ano após a conclusão do curso. 

“A grande maioria dos jovens não consegue enxergar as infinitas possibilidades da carreira técnica para início de uma vida profissional e ainda a preparação para o curso superior por aliar a teoria com a prática. Acredito ainda que muitos não percebam que seriam relativamente bem pagos se tivessem essas ocupações”, ressalta o diretor regional do SENAI Maranhão, Raimundo Arruda.

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