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19/07/2022 às 22h04min - Atualizada em 19/07/2022 às 22h04min

O futuro tem o nome de quem viu primeiro

Fernando Ringel
Dia 10 de julho foi aniversário de morte de King Camp Gillette. Isso mesmo, o criador do barbeador descartável! A invenção deu tão certo que mudou a cultura masculina. É só conferir fotos do início do século passado para ver como existia muito mais homem com barba, isso porque não era uma coisa simples de se fazer em casa. Além da praticidade dos barbeadores Gillette, para usá-los era necessário que o público comprasse novas lâminas com frequência. Coisa de gênio!

A história é parecida com a dos carros para zona rural, popularizados pela montadora Jeep, que tornaria todos veículos desse tipo conhecidos no Brasil como... jipe. Foi assim que Bombril passou a significar palha de aço, leite condensado virou Leite Moça, água sanitária passou a ser Q-boa e macarrão instantâneo, Miojo. Existem muitos exemplos: Sucrilhos, Durex, Band-aid, Chiclete, Cotonete, Xerox, Maisena, Teflon, Velcro, Aspirina, Catupiry, WhatsApp ou Uber. Tudo nome de empresa ou produto que dominou o mercado. Sabe as chaves Allen e Phillips? Então, são os sobrenomes dos engenheiros que as criaram. As coisas têm o nome de quem chegou antes, ou no mínimo, enxergou mais longe.
 

O videogame do “Come-come”

Uma das pioneiras no mundo dos jogos eletrônicos, a Atari fez 50 anos no último dia 27. Longe do brilho de antigamente, faliu algumas vezes, mas não desaparece por causa do carinho que milhões de pessoas tem pela empresa que lançou Pacman. Isso vale dinheiro porque, pegando carona em marcas antigas, pode-se lançar novos produtos mais facilmente.

Entretanto, direitos autorais custam caro e há quem dê um jeitinho. Lembra do Travesseiro da Nasa? Ele não era feito pela National Aeronautics and Space Administration (NASA), que explora o espaço há décadas, mas a sigla na embalagem significava Nobre e Autêntico Suporte Anatômico (NASA). E deu certo! Porém, é uma estratégia arriscada: mês passado, o salão Ferrari Cabeleireiros Unissex, de Brasília, foi processado em R$ 60 mil pela famosa equipe de Fórmula 1. Acredite se quiser. Em caso de dúvida, é “só dar um Google” e confirmar.

Na realidade, há empresas que marcam porque têm algo diferente, como se fosse um idioma próprio: novelas “como as da Globo”, garrafas “no formato da Coca Cola” ou brinquedos que vem dentro do chocolate, “que nem o Kinder Ovo”. É uma forma de fazer as coisas que torna a marca parte da vida e aí, quando uma pessoa distraída vê a imagem da Estátua da Liberdade, dos Estados Unidos, logo pensa: “olha lá uma Havan”!

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*Fernando Ringel é jornalista e professor universitário. @FernandoRingel - [email protected]
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