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10/09/2020 às 00h00min - Atualizada em 10/09/2020 às 00h00min

Aumento de preços de alimentos assusta população

Arroz e óleo de soja lideram aumentos

Da Redação
Preço do arroz provoca queda no consumo das famílias - Foto: O PROGRESSO
Enquanto empresários do agronegócio e proprietários de supermercados riem à toa, com a supervalorização de produtos e o aumento dos preços, a população não sabe o que fazer e não tem a quem recorrer. Produtos como arroz, tão preferido dos maranhenses, a carne, o leite, o feijão e o óleo de soja estão cada vez distantes das panelas e das mesas da população.

Se tomarmos como exemplo o óleo de soja, cujo preço no mês passado era encontrado abaixo de quatro reais, a mais simples das marcas não é encontrada hoje nas prateleiras dos supermercados por menos de cinco reais. Pior, há supermercados, como o Atacadão, que na semana passada já limitava a quantidade de unidades a serem vendidas por clientes. No máximo, dez. E o arroz? Alimento indispensável na mesa das famílias, não é encontrado por menos de dezessete reais. Isso, como sempre, para as marcas do tipo inferior. Arroz agulhinha, tipo 2. O tipo 1, o pacote com cinco quilos, só acima de vinte reais. 

A carne, esta então, de há muito é a vilã. Desde o final do ano passado que apesar do peso, o preço do boi voa nas alturas, longe do poder de compra e da mesa do consumidor.
Célia dos Santos, dona de casa e desempregada, faz bico como faxineira, afirmou ontem à reportagem que “carne, lá em casa, só segunda”. Com bom humor ela explicou que não se referia a carne de segunda, mas sim, aos dias de segunda feira, porque com o preço que está, só dá para comer carne uma vez por semana. 

A culpa é da China
Pesquisa nacional da cesta básica divulgada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos realizado no mês passado, mostrou que o óleo de soja ficou mais caro em todo o Brasil. E a justificativa, vem da China. É que aquele país decidiu fazer estoque estratégico de alimentos. Por conta da paralisação provocada pela pandemia do novo coronavírus e das ameaças provocadas pela guerra comercial com os Estados Unidos, os chineses perceberam o risco de faltar comida para mais de um bilhão de pessoas.

Reação dos supermercados
Associação ligada aos supermercados até procurou o Governo Federal em busca de uma solução, se dizendo preocupada com a alta de preços, mas há muito pouco a fazer. Em Imperatriz, uma fonte ligada a uma grande rede, afirmou que a orientação de sua diretoria é que se compre menos, na expectativa de que os preços baixem. Mas ele mesmo disse não acreditar que isso possa acontecer e cita, como exemplo, o que aconteceu com a carne. - Também foram os chineses que elevaram os preços, por conta da procura, e o motivo foi o mesmo, abastecimento interno. Depois diminuíram o volume de compra e o que aconteceu com a carne? Continuou com os preços altos, de quebra, elevou o preço do frango e da carne suína. Para ele, quando os preços sobem, podem até baixar um pouquinho, mas voltar ao preço de antes não volta. E afirma taxativo na conclusão: “Estamos cheios de exemplos”.

Pior para os mais pobres
Quem vai ao supermercado, independente de ser pobre ou rico, se espanta com a alta dos preços. “É susto atrás de susto”, afirmou uma consumidora. É só sabão de pedra, no papel higiênico, tudo subiu, afirmou ela. 

Na verdade, é no bolso dos pobres que a alta dos preços doe mais. Pelo simples fato destes consumirem mais alimentos e, portanto, destinarem mais renda para o consumo. Com os preços nas alturas, a realidade é do carrinho cada vez mais vazio. Preços mais altos, menos produtos. É o que se vê. 

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