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28/07/2021 às 22h18min - Atualizada em 28/07/2021 às 22h18min

ASSASSINO DIZ QUE FOI SÓ UM ACIDENTE

Sergio Macedo
  
Fico ouvindo o noticiário sobre a prisão do soldado que matou o jovem médico numa noitada imperatrizense. Do assassino sai a singela explicação de que o tiro foi ACIDENTAL.

ACIDENTAL?! – Que nada. Do ponto de vista dele, foi perfeito, preciso, no peito, dois balaços praticamente no mesmo buraco. Ele fez escola de tiro, academia, manuseia aquela arma todo dia, sabe perfeitamente o que se dá quando a pistola está destravada e o gatilho é acionado.

ACIDENTE seria acertar o teto, o chão. O peito da vítima... o alvo escolhido, fatal.

O que mais depõe contra o assassino é o vídeo, contra o qual nada se pode questionar: desocupa a mão direita ocupada com uma garrafa de cerveja, vai tão perto quanto pode chegar do seu objetivo, saca a arma, espera que uma brecha se abra entre ele e a sua vítima. Tudo muitos minutos depois de um bate-boca do qual ele nem participou e nem era parte.

Revoltante? Sim. Inclusive para os colegas de farda, que formam uma Polícia Militar heroica, que se supera, maioria absoluta e esmagadora de homens e mulheres do bem.

A MOTIVAÇÃO? É mister que se determine se o matador agiu por ele ou por outro.

Agora, por quê arma na cintura (ainda que o sujeito “tenha o direito” de andar armado) num ambiente em que se bebe, se pisam nos pés, se esfregam uns nos outros (sem querer ou por saliência) e os delírios alcoólicos se sobrepõem ao bom senso?

Tragédia, de autoria clara, que nos dá a dimensão exata do que dissera Vinícius de Moraes há mais de meio século, quando cantou que “são demais os perigos desta vida”

– nesse ambiente cada dia mais monstruoso, o sujeito sai para festejar a vida e acaba encontrando a morte.

 
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