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23/07/2021 às 08h11min - Atualizada em 23/07/2021 às 08h11min

Em clima olímpico, exposição virtual discute esporte e diversidade

Mostra Ser Atleta aborda questões como migração, orientação sexual, pluralidade física, protagonismo feminino e combate ao racismo nos meios esportivo e social.

Lincoln Chaves
TV Brasil / Rádio Nacional - São Paulo
Mostra Ser Atleta aborda questões como migração e orientação sexual - Foto: © ©Alaor Filho/MPIX/CPB/Direitos Reservados

  
Maurício Dumbo é negro, angolano naturalizado brasileiro, deficiente visual e atleta de futebol de 5, esporte paralímpico voltado a cegos. Izzy Cerullo é lésbica, nasceu nos Estados Unidos, vive no Brasil, terra natal dos pais, e defende a seleção feminina de rugby, conhecida pelo apelido Yaras, que estreia na Olimpíada de Tóquio (Japão) na próxima quarta-feira (28), contra o Canadá, às 21h30 (horário de Brasília).

Os personagens são diferentes, mas com trajetórias que se entrelaçam e trazem reflexão sobre a diversidade no meio esportivo. A discussão é a que propõe a exposição on-line Ser Atleta, realizada pelo Sesc Itaquera, lançada na última segunda-feira (19) e que está disponível, gratuitamente, até 30 de novembro no site seratleta.sescsp.org.br.

Inspirada pela realização dos Jogos de Tóquio, a mostra conta a história de 30 atletas (20 olímpicos e dez paralímpicos), distribuídos em cinco eixos temáticos, alusivos aos cinco anéis olímpicos. O eixo Ser Diferente visa desmistificar o padrão do corpo atlético e contemplar a pluralidade física. O Ser Mulher traz o protagonismo feminino e a luta contra o machismo. O Ser Negra e Ser Negro aborda o enfrentamento ao racismo. Em Ser Migrante, o intuito é mostrar o desafio de se deslocar no (ou ao) Brasil e o impacto na formação (esportiva e humana). Por fim, no eixo Ser LGBTQIAP+, o combate à homofobia e a defesa da cidadania vêm à tona.

“O conceito de interseccionalidade transita nestes arcos porque a gente percebe que os atletas são protagonistas de mais de um papel social. O Dumbo, por exemplo, é do arco dos migrantes, mas também é negro. A Izzy está no arco LGBTQIAP+, mas também é mulher e migrante. A ideia é mostrar que as fronteiras existem, mas são permeáveis e que ser humano e ser atleta é transitar para além dessas fronteiras”, destacou à Agência Brasil a psicóloga e jornalista Kátia Rúbio, professora da Universidade de São Paulo (USP) e curadora da exposição.

As trajetórias são apresentadas por meio de vídeos, animações, textos, fotos ou podcasts. No momento, estão disponíveis as narrativas de dez atletas (abaixo, em negrito). As próximas dez serão lançadas em agosto. As últimas dez estão previstas para setembro. Além da mostra virtual, o ambiente tem uma linha do tempo com marcos sociais (avanços e retrocessos) relacionados aos eixos temáticos e materiais alusivos à história dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e das participações brasileiras.

Ouça na Rádio Nacional



Atletas homenageados em cada eixo

Ser Diferente: Daniel Bispo (boxe), Darlan Romani (atletismo), Evelyn Oliveira (bocha), Fabi (vôlei), Joana Neves (natação) e Maria Elizabete (levantamento de peso).

Ser Mulher: Ádria Santos (atletismo), Benedicta Souza Oliveira (atletismo), Camille Rodrigues (natação), Jackie Silva (vôlei de praia), Joanna Maranhão (natação) e Yane Marques (pentatlo).

Ser Negra e Ser Negro: Alfredo Gomes (atletismo), Diogo Silva (taekwondo), Irenice Maria Rodrigues (atletismo), Milton Castro (atletismo), Raissa Rocha (atletismo) e Roseane Ferreira dos Santos (atletismo).

Ser Migrante: Burkhard Cordes (vela), Edinanci Silva (judô), Edson Cavalcante (atletismo), Fernando Meligeni (tênis), Juliano Fiori (rugby) e Maurício Dumbo (futebol de 5).

Ser LGBTQIAP+: Edênia Garcia (natação), Ian Matos (saltos ornamentais), Izzy Cerullo (rugby), Julia Vasconcelos (taekwondo), Tuany Barbosa (atletismo) e Walmes Rangel (atletismo).


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