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21/06/2021 às 17h50min - Atualizada em 21/06/2021 às 17h50min

Chico Brawn foi tocar lá em cima

Raimundo Primeiro
Foto: Divulgação
 
A música tocantina está de luto. Vítima de infarto, faleceu o percussionista Francisco das Chagas Nascimento, aos 59 anos, mais conhecido por Chico Brawn, artista multifacetado. Amava o que fazia. Aprendera na prática graças ao dom que carregava desde menino. Estava sempre motivado.

Inicialmente, o músico ficou conhecido em Imperatriz por Charles Brawn. Já consagrado e reconhecido pelos principais artistas maranhenses, decidiu “adotar” o Chico. Nascia, assim, portanto, o Chico Brawn, sempre talentoso e, principalmente, exigente naquilo que se propunha a fazer no campo em que atuava, o da percussão. Às vezes, entretanto, também cantava.

Além do sangue artístico correr fortemente em suas veias, também pensava no próximo, sobretudo nas crianças. Visando mudar o destino de muitas delas, fundou o “Mama África”. O projeto atendia crianças em situação de vulnerabilidade social.

Vocacionado desde cedo para a música, Chico Brawn teve de perpassar por adversidades para conseguir um lugar de destaque no segmento. Menino ainda, insistiu – e resistiu – para conseguir seguir firme pelo caminho artístico. Artista do povo, foi para as ruas, sentir o calor da massa. Por meio da ONG “Mama África”, abriu fronteiras.

Ressentia-se da falta de apoio. De apoio, sobretudo, por parte governamental. Obviamente, que a “força” veio, por meio de organismos público, entre os quais a Fundação Cultural de Imperatriz e a Secretaria de Estado da Cultura.

Chico Brawn fez “poeira”, ecoar seu nome, sua determinação, deixando uma “marca registrada”. Coisas de artistas, de pessoas que nasceram para fazer a diferença. Seu legado permanecerá, notadamente entre os filhos. O “Mama África” marcou uma época e, certamente, será lembrado por muitas pessoas.

Certamente, o Chico Brawn já faz parte de outro grupo musical. Com seu talento e, claro, ser jeito peculiar de ser, sempre alegre, animará bons momentos. Fique em paz, portanto, fique com o nosso Deus, Pai, Protetor!

O jornalista Elson Araújo, membro da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), também admirador do trabalho de Chico Brawn, comentou, por intermédio de nota em sua página no Facebook, “descanse em paz”.  

Segundo Elson Araújo, “o Chico Brawn era assim: ou você gostava, ou não dele. Não tinha saída. O conhecia há alguns anos. As ‘confusões que arrumava’, tinham como característica não ter vida longa. Logo, tudo se ajustava e, ele, com aquele sorrisão original, reconstruía o que poderia ter sido destruído e a paz voltava a reinar. Amava ser do jeito dele, doesse em quem doesse”.

O Projeto “Mama África” não foi em vão, seus ensinamentos seguirão. Os aprendizes, ou seja, os ex-integrantes souberam extrair o melhor de Chico Brawn. Eles continuarão o seu legado, contribuindo para um mundo cada vez melhor por meio da música.

Parafraseando Ruy Barbosa, “a morte não extingue, transforma; não aniquila, renova; não divorcia, aproxima”.

Descanse em paz!
 
Nota da Fundação Cultural de Imperatriz 
 
Como a vida nos prega peças! Hoje fomos surpreendidos com a partida inesperada do músico, compositor e artista imperatrizense Chico Brawn, acometido, infelizmente, por um infarto fulminante.

Francisco das Chagas Nascimento, tinha 59 anos de vida e, de vida artística, mais de 30 anos, dedicada sobretudo a resgatar crianças e adolescentes através da música com seu projeto Mama África.

Nesse momento de dor, em nome de toda a equipe da Fundação Cultural de Imperatriz, prestamos nossas sinceras condolências aos familiares e amigos, e lamentamos essa irreparável perda para nossa cultura.

Brawn não deixa apenas cinco filhos órfãs, deixa um legado que priva e silencia a irreverência, a criatividade e a inquietude em busca sempre de novos ritmos. Como diz a música: “Nem sei porque você se foi. Quantas saudades eu senti. E de tristezas vou viver. E aquele adeus, não pude dar”. Tim Maia soube descrever bem o sentimento que temos diante dessa figura folclórica que foi nosso amigo Chico Brawn. Descanse em paz!
 
Paulo Roberto Cardoso da Silva & Equipe
Fundação Cultural de Imperatriz.

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