Um encanto de região

Não canso de dizer que este é o período mais bonito do ano no lado de cá deste imenso Brasil. O sol forte, o céu azul e os ventos gerais se impõem, e influenciam positivamente o comportamento das pessoas, a ambiência social, e o milagre acontece. Tudo, e todos ficam mais bonitos. Nem a pandemia do coronavírus conseguiu mudar isso.   

Eis o milagre: emoldurado pelo azul do Céu, o sol brilha mais, o vento, venta mais. As pessoas ficam iluminadas, e até mais atraentes. Todos recebem do Criador um banho natural de beleza, apresentando-se mais felizes, mais animadas. É o sentimento que se extrai a partir de Imperatriz, o “portal mágico do verão” da região tocantina, temporada aberta até o mês de outubro.

Em Imperatriz o pôr sol ganha um colorido, uma magia, uma moldura diferenciada por conta do Rio Tocantins. Quem para um pouquinho para presenciar o fenômeno não esquece jamais e imediatamente pensa: “ Deus existe, e mora aqui”. 

Nesta época do ano abre-se espaço para a temporada de praias.  Além das nossas tradicionais Cacau, do Meio e do Amor, subindo ou descendo o Rio Tocantins, são dezenas à disposição dos corpos e almas que queiram refestelar-se beijadas e amadas pelo sol e pelo vento, sem falar nas das cidades do irmão Estado do Tocantins. 

Teimoso, outra característica do povo da região, duvido que impeçam alguém de chegar até elas por causa do vírus maldito. Um prefeito de uma cidade do Estado vizinho, numa declaração irresponsável e criminosa, chegou até a dizer, semana passada, que não iria adotar nenhuma medida de restrição, e sentenciou: “quem quiser morrer, que morra!”. 

Certamente não teremos neste 2021 as famosas vaquejadas, as exposições agropecuárias e os grandes shows sertanejos e de forró, tradicionais por aqui em tempos normais, mas as praias “chegaram chegando”, é da natureza do período. 

Vaquejadas, exposições, praias, são eventos regionais que mostram a alegria da nossa gente. O povo da região tocantina é o mais bonito e alegre do Maranhão, e talvez o que menos reclama da vida. Esta característica fica evidenciada nas conversas nos bares, filas da loteria, nas igrejas, praças, enfim, em todo lugar. 

Para quem mora por essas bandas do Maranhão, por já se tratar de algo incorporado ao dia a dia, talvez não chame mais tanta atenção, essas peculiaridades da nossa terra. 

O maior patrimônio da região, não resta dúvida, é a nossa gente, mas vale a pena falar, cantar, escrever sobre as nossas festas e as nossas belezas naturais. Não temos o mar, mas temos rios, lagos, lagoas, cachoeiras, morros, colinas e montanhas e um pôr do sol e uma lua, lindos de viver.