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21/05/2021 às 21h07min - Atualizada em 21/05/2021 às 21h07min

A meta e mais um pouquinho

Elson Araújo
 
No início da adolescência, e até um pouco adiante dela, mantive uma boa relação com as atividades físicas. Gostava muito de correr. Participei de dezenas de competições estudantis e corridas de rua.  A Baden Powell, Pé de Vento, Vital Brasil, 16 de julho e a do 50 BIS, estavam entre as mais famosas de Imperatriz. Em São Luís, corri pouco.  Fui um bom velocista, mas nas provas de meio fundo e nas de rua, era só para participar mesmo.

Gostava tanto das competições de atletismo que acabei, depois de sucessivos treinamentos e cursos, e ainda a experiência de atleta, indo trabalhar em algumas escolas da cidade. Foram seis anos ajudando a preparar equipes para os inesquecíveis jogos escolares dos anos 1990. Um tempo bom, danado!

Ocorre que a competição com outra atividade profissional, na época, para mim incipiente e desafiadora, que era a comunicação, me afastou das pistas de atletismo, das corridas de rua e das escolas. Até tentei, mas não deu para juntar as duas coisas e aí, já viu, não é?  Cai na ociosidade e meu corpo acabou esquecendo que um dia fui um atleta.

O tempo passou e os efeitos da ociosidade, que não são nada bons, começaram a aparecer. O corpo da gente realmente fala!  Alguns sinais de alerta, e recomecei uma rotina de atividade física. Optei, para começar de verdade, com a caminhada.  Não com a intensidade dos velhos tempos, mas aos poucos.
Com a ajuda da “memória corporal” as metas estão sendo superadas toda semana. 

Iniciei com um, interminável e dolorido, quilômetro por dia. Ganhei ritmo, melhorei a respiração, passei a cansar menos e as dores sumiram. A meta subiu para três quilômetros. Tudo medido por um aplicativo próprio, para não ter furo e eu não me enganar.  Hoje, já faço seis quilômetros em uma hora e cinco segundos.

Tenho cumprido com as metas estabelecidas e mais um pouquinho. Este pouquinho a mais, é que é, o bicho. Fica aquela sensação gostosa de vitória. De ter feito mais do que o necessário. Sabe aquele sentimento de que o objetivo foi alcançado com louvor?  É o que fica a cada “treinamento” que tenho realizado, no mínimo, três vezes por semana.   

Nessa minha volta às atividades físicas descobrir coisas incríveis. A principal delas é que a caminhada, se for feita com consciência, no presente e sem divagações, é um poderoso exercício também para a mente. É impressionante a influência que a caminhada tem exercido no meu processo criativo. Posso hoje garantir, com provas, que uma caminhada não é apenas uma caminhada.

Domingos Cezar, meu dileto confrade da Academia Imperatrizense de Letras, às vezes duvida quando digo pra ele que já estou quase nos dez quilômetros por dia.  Quando me gabo, ele vai logo me gozando:  “como, se tu quando vai caminhar, passas a maior parte do tempo é tirando fotografia de formiga e passarinho?   Ele generalizou. É só de vez em quando, e não atrapalha o conjunto do exercício.

Minha meta agora é voltar a correr. Estou num processo de construção. Vou chegar lá!
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