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23/04/2021 às 21h00min - Atualizada em 23/04/2021 às 21h00min

UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA

Francimar Moreira
“MÃE, EU ATRAPALHO A TUA VIDA?!”—foi apergunta feita por uma criança de quatro anos de idade, chamada HENRY BOREL, à sua própria mãe. Poucos dias depois, essa criança foi assassinada e apresentava 23 sinais de violência pelo corpo. Os principais acusados: a mãe, detentora de um curso de terceiro grau em pedagogia, e o padrasto, que também ostenta o que chamam “curso superior”, em medicina.

E, além da certificação em medicina, o monstroassassino detém, ainda um diploma de vereador. Os três diplomas(o de professora, o de médico e o de vereador), certamente contribuíram, por algum tempo, para a manutenção dafalsaimagem, dos dois assassinos cruéis.Masnão contribuíram para a consolidação de uma conduta minimamente aceitável.

Aliás, os títulos dos algozes de Henry, se tiveram algum significado foi para mostrar o quanto a Educação, neste País, anda deixando a desejare como o povo vem direcionando mal o seu voto. Sabe-se que, tribunais de justiça e delegacias de polícia, do mundo inteiro, estão abarrotados de denúncias de médicos-monstros. O marginal e psicopata “Jairinho”, com seus diplomas é apenas mais um caso a impressionar os incautos.

Certamente, psicanalistas e psiquiatras teriam muita dificuldade para aferir o grau de insanidade de cada um dos envolvidos no macabro caso que vitimou uma inocente criança! E não seria de se estranhar, neste momento em que coisas estranhas rondam os Poderes da República no Brasil, se logo aparecer alguém defendendo a tese de que o casal é doente mental e não deve ser punido pelo assassinato de Henry Borel.

Há muitos séculos, fala-se em sacrifícios de crianças emRITUAIS RELIGIOSOS. Agora mesmo, no Pará, a polícia foi acionada e chegou a tempo de salvar a vida de três crianças que iam ser sacrificadas. O que, aceite-se ou não, coloca em dúvida qualquer manifestação religiosa. E a pergunta que não pode calar é: haverá algo mais absurdo, mais repugnante e menos tolerável do que o extermino de crianças inocentes na suposição de agradar a divindades?!…

Será que dar para aceitar e compreender os motivos por que líderes religiosos costumam se posicionar com firme determinação, contrários à pena máxima para os facínoras que cometem atrocidades contra inocentes?!… Creio que uma explicação poderia ser a afinidade entre defensor e criminoso. Do contrário, fica difícil a aceitação dos argumentos.
A tragédia que ceifou a vida de Henry foi anunciada várias vezes: 1) ao pai, quando HENRY chegou a demonstrar pavor de voltar à companhia dos algozes, chegando inclusive a ter crises de tremedeira e vômito, sintomas de medo;2) à avó, a quem a criança relatou que o marginal o estava agredindo e ela, o que fez foi repreender a criança; 3) à mãe e à babá, vários relatos deixam isso muito claro.

A pergunta para a psicanálise responder é: o que bloqueou os inatos impulsos protetores da mãe, do pai e da avó materna para que não agissem em defesa de Henry?!...

Imagino que o inato impulso de proteger seus descendentes, presente até nos animais ferozes, foi dominado pela maldita ganância eo poder que o dinheiro proporciona. A mãe ganhava R$ 4.000,00,como professora. Ao se amasiar com o marginal miliciano, este usou da influencia de suas organizações criminosas (política e milícia) para elevar o salário dela para R$ 16.000,00, como assessora do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro.

Precisamos criar coragem e vergonha, e denunciar essa prática imunda de salários vultosos, à disposição de quem gravita entorno do poder político. Por que uma pessoa sem qualificação para exercer determinada função pode ganhar quatro vezes o salário de uma professora formada e concursada?Por que esse privilégio imundo para detentores de poder político?! O Brasil precisa,urgentemente, editar nova Constituição e enfrentar a chaga dos privilégios.

Esses supersalários são benesses, sempre à disposição de quem detém poder político, neste País onde políticos corruptos e ladrões dominam a cena e roubam o povo. A vida de luxo assegurada àassassina, com certeza fez a própria, alémdo pai eda avó da criança, fixarem-se na vantagem financeira e ignorar os riscos iminentes que HENRY estava correndo. É, aliás, uma falha inerente e comum à natureza humana: fixamo-nos e nos apegamos ao que desejamos e ficamos cegos para o que não queremos enxergar.

Não há dúvida de que o casal de homicidas é portador de um elevado grau de insanidade! O narcisismo da mãe cruel extrapola qualquer tentativa de enquadrá-la nos parâmetros da normalidade. A ida ao salão de beleza no dia seguinte ao sepultamento do filho: adornar os cabelos, as unhas, as mãos, os pés, a face... Tudo para se apresentar enfeitada à polícia,que a intimara para depoimento,revela alto grau de loucura e psicopatia.

O comportamento natural de qualquer pessoa mentalmente saudável, diante da efemeridade da vida, é de indiferença e até menosprezo às campanhas de embelezamento e modismo, frutos da pobreza interior que potencializa a adesãoao exibicionismo. O grau de narcisismo da mãe assassina, no entanto, dispensa laudo psiquiátrico e, no chutômetro podemos afirmar: é insana, com certeza. E, tanto ela quanto o miliciano assassino, sofrem vários transtornos mentais, sendo o distúrbio psicopático o mais escancarado.

Imaginemos a agonia que já experimentou essa infeliz mãe após a morte do filho. Migrou do luxo e da badalação para uma cela de seis metros quadrados e talvez, brevemente, a intubação em uma UTI por causa da COVID 19. Para quem sacrificou a vida do filho pelo glamour das passarelas,está tendo a oportunidade de deixar um legado: um exemplo aos imbecis apaixonados por sélfies e aparência que a efêmera vida não justifica.

Mas, a verdade seja dita, desde 1985 caminhamos a passos largos rumo ao precipício da total inversão de valores. Podemos dizer que o Brasil degringolou morro abaixo, no que se refere aos valores culturais e éticos. Em todos os campos de atividade humana, estão presentes artimanhas que levam à degradação os valores morais e humanísticos.

Submersos em nossa insignificância e atentos à estupidez humana, de vez em quandosomos tentado a parafrasear Castro Alves e sair por aí gritando desesperadamente: Ó Deus! Onde estás que não respondesaos gritos de horrores de uma criança torturada?!...

É sintomático o poder da milícia. O algoz do Henry é miliciano, o pai do algoz também é miliciano, é inclusive, coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro eesteve preso. Sobre o assassinato da Marielle Franco, todos os indícios apontam para a milícia; os que tentam detratar Bolsonaro e seus filhos os acusam de ligação com as milícias. E é público e notório o poder dessa organização criminosa no Estado do Rio de Janeiro.Daí a formulação das perguntas a seguir.

1)    Apesar das Guardas Municipais, Polícia de Trânsito, Polícia Civil,Polícia Militar, Policia Rodoviária, Polícia Federal, Polícia Secreta, Exército, Marinha, Aeronáutica, serviço de inteligência e milhões de seguranças particulares vamos deixar a milícia e o tráfico dominar o Brasil?!...

2)   Finalmente, que forças ocultas impedem que o Brasil,um dos maiores países do mundo, enfrente, com determinação e coragem, o poder da milícia e do tráfico?!...
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