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09/04/2021 às 20h00min - Atualizada em 09/04/2021 às 20h00min

FIM DE JOGO?

Phelippe Duarte
Em 1962 ano do qual tenho muito carinho e com certeza, uma grande gratidão pelos meus avós, pois foi neste ano em que nasceu minha mãe, a cidade de Imperatriz dava luz ao seu time de futebol, então na época batizado futebolisticamente de Sociedade Atlética Imperatriz. Primeiramente com as cores vermelho e azul, depois a cor branca entra, estando até os dias atuais. Apesar de ser uma criança ainda, o time do Imperatriz ganhou um estádio em 1973, e como toda criança no futebol precisa de base, de um aprendizado mais profundo sobre o esporte mais amado do planeta, o presidente Sr. Severino Silva, convidou o maior ponta direita da história do futebol mundial para a inauguração do gramado municipal: Manoel Francisco dos Santos. Mas quem é este no Brasil inteiro? Maior ponta do mundo? Do mundo todinho? No Brasil de tantos Manoeis, Franciscos e dos Santos por ai espalhados? É meu caro. Para você que não sabia, o tal do Manoel Francisco dos Santos, é o famoso Mané Garrincha. Sim, aquele mesmo. O Anjo das Pernas Tortas, de acordo com a denominação poética genial de Vinícius de Morais. Garrincha veio para a inauguração do estádio do Cavalo de Aço. Na época, fazia excursão pelo país, para levantar uma grana. O registro de quem assistiu a partida, segue abaixo em um relato de arrepiar: 

‘’Garrincha que já tinha encerrado a carreira quando veio a Imperatriz, jogou o primeiro tempo pelo “Cavalo de Aço” e o segundo pelo “Cruzeiro do Diomar”, o segundo time de maior torcida na cidade. Deu um show com dribles desconcertantes nos seus marcadores. Um jogador chamado “Bina” que foi designado pelo seu treinador para marcar Garrincha em todos os lugares do campo sofreu bastante.    O estádio estava lotado e Garrincha começou a dar espetáculo, lembro-me muito bem de um drible que deu em Bina e que ele foi esbarrar no alambrado, para delírio de todos, pena que não preservamos a memória deste bons momento’’ Blog do Cleto Sousa .Garrincha pelo ano citado de 1973, tinha 40 anos. Longe dos seus momentos mágicos que encantaram o planeta com a camisa 07 da Seleção Brasileira, e sofrendo com o vício pela branquinha, a famosa cachaça, Mané fez parte de um imaginário popular imperatrizense por alguns minutos, e nos deu a certeza de que seria lembrado eternamente. O Cavalo de Aço seguiu em frente, e Garrincha morreu em 1983, em decorrência da cirrose. Hoje, após os títulos maranhenses de 2005, 2015 e 2019 e outras conquistas, como jogar campeonatos brasileiros de série D, C, Copa do Nordeste, Copa do Brasil, a Sociedade Imperatriz de Desportos, o Cavalo de Aço, vem sofrendo contra uma cirrose forte, uma situação difícil. O Cavalo que deu galopes e saltos para muitos que se aproveitaram da sua nobreza, está pela primeira vez, em seus 59 anos, na série B do campeonato maranhense. Largado, jogado as traças, comendo restos e beiradas do que vê pela frente, o Cavalo mais famoso do Maranhão, está perdendo o jogo contra a vida. Não como Garrincha, no vício letal do alcoolismo, mas como um típico jogador rico, com amigos hipócritas, que só o veem pelo que ele pode oferecer, e não, emocionar como time, como clube. Apesar de ter vivido 09 anos a mais do que Garrincha, que inaugurou seu Caldeirão, o Imperatriz não tem sequer o mínimo de prestígio e respeito nacional, regional e infelizmente, local, para pelo menos, se morrer de vez, ser lembrado de um jeito mais honroso, como foi o herói da Copa do Mundo de 1962. O ano do nascimento de minha mãe e do Cavalo de Aço, também foi a última vez, em que brilhou Mané Garrincha. Torcerei para que o nosso Imperatriz saia desta situação tão decadente, bisonha e patética. E que as pessoas que administrarem o clube futuramente, saibam que a sela do Cavalo de Aço, não aguenta mais tanto peso inútil. O lombo do bicho, já carregou muito Mané. Chega! Este não precisa ser, o fim do jogo. 
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