07/06/2023 às 18h15min - Atualizada em 07/06/2023 às 18h15min
Policiais ficam feridos em confronto com trabalhadores rurais em Açailândia
Trabalhadores também teriam ficado feridos; Policiais do 26º BPM tentavam desbloquear estrada de acesso ao assentamento 50 BIS
Dema de Oliveira
Comando do CPAI-3 confirmou o confronto entre policiais e trabalhadores rurais - Foto: Divulgação
Um confronto entre trabalhadores rurais e policiais militares do 26º BPM deixou feridos no assentamento 50 BIS, na zona rural de Açailândia, a 72 km de Imperatriz.
Os trabalhadores haviam bloqueado a estrada de acesso ao assentamento 50 BIS, como forma de protesto, segundo eles, para colher a lavoura plantada em uma área particular. A área fica a 35 km de Açailândia, sede do município. De acordo com as lideranças do movimento, foi uma tentativa de negociar com a empresa Suzano a colheita do plantio deixado na fazenda São Bento.
Na desobstrução da estrada, que bloqueada estava impedindo o direito de ir e vir das pessoas que trabalham na área, houve confronto com policiais militares do 26º BPM, que foram para o local para retirar os trabalhadores rurais do local e liberar a passagem.
Segundo o Comando de Policiamento de Área do Interior (CPAI-3), sediado em Imperatriz, os policiais do 26º BPM foram recebidos a tiros e revidaram com o uso de spray de pimenta e armas não letais. Três policiais ficaram feridos na ação, e foram levados para um hospital em Açailândia.
Consta que trabalhadores também teriam ficado feridos
Em função do confronto, houve reforço policial no local, e a determinação é liberar o acesso, para que as demais comunidades tenham acesso normal, inclusive carretas que transportam eucaliptos para a fábrica da Suzano.
A área de 12 mil hectares pertence à Suzano e, segundo a empresa, mais da metade área de preservação ambiental. Essa mesma área já foi desocupada anteriormente e na decisão judicial consta que após desocupação das famílias, foram verificadas áreas de desmatamento e queimadas, além de constatados crimes ambientais como apreensão de pássaros e animais silvestres.
Em nota, a Suzano disse que a empresa está sendo novamente alvo de invasores profissionais, que insistem em desrespeitar as decisões judiciais. Sobre as plantações, a empresa afirma que elas foram feitas em áreas de alto valor de conservação ambiental, por isso foram desmobilizadas.
O advogado que representa os trabalhadores rurais disse que quatro pessoas haviam sido presas.