Imperatriz já teve personalidades importantes nas artes plásticas. Nomes como Maria Eterna, Penha Cimadon, Dony Santana, Zélia Mereb, Acyoly Bastos (in memorian) quando se provoca, são facilmente lembrados, mas já tem algum tempo que não expõem, indicativo da falta de eventos que voltem a incentivar esse universo que reúne não só a pintura, mas a arquitetura, escultura, arte têxtil e toda expressão humana que transforma materiais em imagens e objetos com sentido artístico.
Segundo maior estado do Nordeste e o oitavo maior do Brasil, a maior expressão cultural do Maranhão ainda é o Bumba-meu-boi, considerado patrimônio imaterial do povo brasileiro. Embora o estado abrigue muitos artistas plásticos, por falta de incentivo, muitos vão buscar projeção fora, é o caso de Fransoufer, (Francisco Sousa Ferreira) conhecido mais fora, do que no seu próprio estado.
No mundo das artes plásticas de Imperatriz dois artistas, com características distintas, ao longo dos anos têm se sobressaído. Antônio Alexandre, (Alexandre Karbono) cuja obra se caracteriza pelo experimentalismo, e utiliza como principal recurso a serigrafia, e José Antônio Neves da Silva, o Tonneves, que se declara um “artista rústico natural” cuja obra leva o observador à reflexão. Tanto Alexandre Karbono, quanto Tonneves, tiveram as portas do Centro Cultural Tatajuba, abertas para suas obras. Karbono foi o primeiro artista plástico residente (convidado) daquele centro de cultura a expor na Galeria Sol. Por um período de seis meses, a Exposição “O Alafabeto Hadal”, esteve, gratuitamente, exposto aos olhos dos visitantes. Atualmente, Tonneves, é o residente com a Exposição Lágrimas Verdes, inspirada num poema da lavra do artista escrito anos atrás com a temática ambiental.
Novos Artistas Plásticos- Além de artista residente do Centro Cultural Tatjuba, Tonneves, que é da Academia de Ciências Letras e Artes de João Lisboa, foi convidado pela entidade a ministrar uma oficina, “óleo sobre tela”, gratuitamente para a comunidade. Na reta final, o resultado da “transferência dos traços mágicos” do artista maranhense aos seus alunos poderá ser visto a partir desta terça-feira, 6, na Galeria Brasil, (Tatajuba) na Mostra Brasil AfroArtes, com telas produzidas pelos discípulos.
São 18 novos artistas plásticos formados por essa oficina proporcionada pelo Centro Cultural Tatajuba, um verdadeiro mergulho, segundo a direção do centro, no universo das cores e das artes plásticas, por meio do estudo das teorias, do uso das técnicas e do exercício da criação. Ao todo são 37 telas, que celebram a ancestralidade, as belezas e a presença da cultura africana no Brasil. Na Mostra Brasil AfroArte, a arte fala, conta histórias e lança perguntas. A exposição terá a duração de três meses.
Sobre a formação dos novos artistas plásticos, e a Mostra Brasil AfroArtes como resultado da aprendizagem, a fundadora do Centro Cultural Tatajuba, Solanda Steckerlberg, ouvida por O PROGRESSO declarou que “com mais essa oficina, o centro cumpre com o seu papel de difundir, coletivamente, as artes e seus diversos matizes, além de revelar para o mundo, sob a paleta do mestre Tonneves, 18 novos artistas. Na mostra a arte fala, conta histórias e lança perguntas: quanto de África tem no Brasil? comentou.
Tatajuba, um ano depois Com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, e apoio da Suzano, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o Tatajuba abriu suas portas em Imperatriz há um ano entregando para a cidade uma programação diversificada e gratuita, com um importante viés: promover o acesso e valorizar os artistas da cidade. No catálogo já são: 179 ações realizadas (eventos, oficinas, mostras etc) 1.827 alunos atendidos. 6.657 pessoas de audiência presencial, cinco Exposições, 40 Mostras de Cinema. 51 ações com escolas, e cinco Cidades atendidas
