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28/04/2023 às 17h44min - Atualizada em 28/04/2023 às 17h44min

A má alimentação e sua contribuição para a Diabetes

Ludmila Pereira de Araujo Souza *

No último dia 17, foi publicado um estudo mostrando a contribuição da má alimentação para o surgimento da Diabetes Mellitus tipo 2. De fato, independente do conhecimento especificamente dessa pesquisa, essa conclusão já é de amplo e notório saber da população, mas, o que chama atenção é a dimensão desses impactos na vida das pessoas e é sobre isso que eu gostaria de falar.

Nos Estados Unidos, pesquisadores da Friedman Scool of Nutrition Sciente and Policy, da Tufts University, realizaram um estudo sobre o consumo alimentar em 184 países e essa análise demonstrou que maus hábitos alimentares contribuíram para mais de 14 milhões de casos de diabetes em 2018. Dessa forma, representando em sua totalidade, os recentes casos correspondem a mais de 70% dos novos diagnósticos globalmente. É muito, não é?!

Segundo Dariush Mozaffarian, professor de nutrição e reitor de políticas da Friedman School, “o estudo sugere que a baixa qualidade dos carboidratos é um dos principais impulsionadores da diabetes tipo 2, atribuível à dieta em todo o mundo e com variações importantes por país e ao longo do tempo”.

Ainda conforme a pesquisa realizada, três fatores mais importantes e significativos para a incidência global da Diabetes Mellitus tipo 2, foram: ingestão insuficiente de grãos integrais; excesso de arroz e trigo refinados; e consumo de carne processada.

Como falei inicialmente, a grandessíssima maioria da população sabe da importante influência da alimentação para a saúde e do quão relevante ela é para a prevenção (ou não) da diabetes.

É fato também que as pessoas têm uma mínima noção do que é uma alimentação saudável: aquela que é rica em frutas, verduras e legumes; que tem ainda cereais integrais e leguminosas; que contempla proteínas adequadas, como carnes, frangos, ovos e leite; além de gorduras de boa qualidade, como as presentes em peixes, castanhas e azeite de oliva.

Se a maioria da população tem o conhecimento básico de como se alimentar adequadamente e de se prevenir contra uma das doenças que mais arruína a saúde do indivíduo, por que não o faz?

É fato que o padrão alimentar da população mudou e vem mudando a cada dia mais, principalmente com o crescimento de produtos industrializados que carregam consigo uma bomba de açúcar e de refinados de um modo geral, além do excesso de sódio.

É triste de observar que os hábitos alimentares que deveriam ser construídos de forma adequada desde a infância, estão sendo desconstruídos desde já.

É o bebê fofinho que já recebe um mingau de massa refinada como sua principal alimentação desde os seus primeiros dias de vida; é a criança que não reconhece uma fruta, mas que já tem um achocolatado cheio de açúcar ainda no seu café da manhã; é o adolescente com sobrepeso que já vem com uma forma de se alimentar completamente errada desde a infância e que acaba agravando-a ainda mais nessa fase “tô nem aí” da vida; e o que esperar da fase adulta, meu nobre leitor?

Infelizmente, a chegada cada dia mais precoce dessa maldita doença que tanto tem assolado o mundo.

Que possamos aproveitar o que alimentação tem de melhor a nos proporcionar: uma vida bem longe da diabetes.

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* Ludmila Pereira de Araujo Souza é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais
Instagram: @ludmilapasouza.nutri • Email: [email protected]

 

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