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20/04/2023 às 11h37min - Atualizada em 23/04/2023 às 00h00min

Na semana Mundial do Livro, conheça a organização que doou mais de 163 mil livros em comunidades rurais da Amazônia Legal

Há 21 anos a ONG Vaga Lume realiza um trabalho que visa o empoderamento de crianças e jovens da Amazônia por meio da leitura

SALA DA NOTÍCIA 2PRÓ Comunicação
http://www.2pro.com.br/
Crédito: Divulgação

Promover intercâmbios culturais com a leitura, a escrita e a oralidade para ajudar a formar pessoas mais engajadas na transformação de suas realidades é a missão da organização da sociedade civil Vaga Lume. 

Criada em 2002 por três jovens de São Paulo, a ONG nasceu e cresceu de forma orgânica nos primeiros anos e operou a partir da sede em São Paulo até 2018, quando foi criado também um escritório em Belém. Neste ano de 2023, como parte de um plano mais estruturado de expansão, a organização está implementando uma nova sede em Manaus e pretende triplicar o número de bibliotecas comunitárias até 2030, passando de 89 para 300, com o potencial de impactar 200 mil crianças.

Nos primeiros 21 anos de atuação foram 163 mil livros doados numa região conhecida pela ausência de equipamentos culturais em que, por exemplo, estão apenas 13% das bibliotecas públicas brasileiras (SNBP, 2021) e a taxa de analfabetismo é de 9,4%, enquanto a média no Brasil é de 6,3% (PNAD, 2019).

Entre as obras disponíveis no acervo da Vaga Lume estão “Pequeno Manual Antirracista” da autora Djamila Ribeiro; “O Mundo no Black Power de Tayó”, da autora Kiusam Oliveira e elencado no ranking dos dez livros mais importantes do mundo em direitos humanos pela ONU; e “Curumizice”, do autor indígena Tiago Hakiy, do povo sateré-mawé.

“Buscamos livros que despertam sentimentos em quem faz a mediação e em quem ouve as histórias. Obras que inspiram boas conversas, geram sentimento de afeto e aumentam repertório, não só de vocabulário, mas também de conhecimento de mundo, de outras culturas e paisagens. Como Paulo Freire dizia, livros são ferramentas de liberdade e essa é a missão da Vaga Lume ao espalhar livros pela Amazônia”, diz Fernanda Prado, gerente de Relações Institucionais da Vaga Lume

No contexto amazônico, o acesso à leitura de qualidade se insere como um fator determinante na formação de cidadãos globais. O projeto da Vaga Lume trabalha também o desenvolvimento de competências socioemocionais e incentiva o acolhimento do público juvenil pela biblioteca, comunidade e escola”, diz Lia Jamra Tsukumo, Diretora Executiva da Vaga Lume.

Uma das histórias que demonstram o impacto da Vaga Lume é a de Lucas Almeida, de 22 anos, da comunidade de Tracajatuba, em Macapá (AP). Lucas começou a frequentar a Biblioteca Beija Flor aos 11 anos e hoje é mediador de leitura e cursa faculdade de pedagogia: “Eu tive acesso a vários livros e com eles me tornei o que sou hoje. A Vaga Lume é uma potência em relação à educação e políticas públicas”, diz Lucas.

Ana Diéle, coordenadora pedagógica da biblioteca Jacira, na comunidade de Corre Água, também em Macapá - AP, fala sobre o trabalho com a primeira infância “A cada dia que passa nós vemos diferença nos alunos. Eles não só ouvem as histórias dos livros como também contam as deles, da comunidade, que é toda formada por agricultores”.
 

Cinco dimensões da estratégia da Vaga Lume

  • Para uma biblioteca funcionar bem ela precisa de um acervo de literatura com qualidade e diversidade, e também um espaço físico de acolhimento, que abrigue os livros e possa receber crianças, jovens, adultos e mediadores.
     
  • Os mediadores de leitura dão vida e sentido à biblioteca e, para isso, precisam estar atuantes e formados na metodologia Vaga Lume.
     
  • A biblioteca deve ser comunitária, logo, é preciso que os moradores e voluntários da comunidade estejam comprometidos com seu funcionamento e sejam responsáveis pela sua gestão.
     
  • A biblioteca pertence à comunidade e valoriza as histórias, as memórias e a cultura local.Cada comunidade é única e a biblioteca também deve espelhar esta singularidade.
     
  • O intercâmbio cultural entre jovens amplia as possibilidades de leitura do mundo, valorizando as culturas locais e a compreensão de outras realidades, além de sensibilizar os jovens para o engajamento social e comunitário.

No último ano, a Vaga Lume foi eleita a melhor ONG de Educação do Brasil pelo Instituto Doar e vencedora do Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura - ambos pela  segunda vez. Foi também contemplada pelo novo prêmio United Earth Amazônia, na categoria ESG, da sigla em inglês Environmental, Social, and Corporate Governance (Ambiental, Social e Governança).
 

Sugestão de fonte 

Lia Jamra Tsukumo é Diretora Executiva da Vaga Lume, e já foi gerente das áreas de Relações Institucionais e de Gestão de Projetos Educacionais da organização. Publicitária formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM – SP), com pós-graduação em Comportamento do Consumidor pela ESPM e Pesquisa de Mercado pela ESIC – Madrid.  Especialista em Gestão de Organizações do Terceiro Setor pela FGV. Atuou por mais de 15 anos com Marketing e Inteligência de Mercado, passando por empresas como a AmBev e Suzuki. Iniciou a atuação na área social em 2015 como voluntária, e posteriormente gerente de comunicação e captação de recursos.
 

Sobre a Vaga Lume

Criada há 21 anos, a Vaga Lume está presente em 22 municípios da Amazônia Legal, com 163 mil livros doados, 89 bibliotecas comunitárias e 5 mil mediadores de leitura formados. O seu propósito é empoderar crianças de comunidades rurais da Amazônia por meio da leitura e da gestão de bibliotecas comunitárias, promovendo intercâmbios culturais com a leitura, a escrita e a oralidade para ajudar a formar pessoas mais engajadas na transformação de suas realidades. 

 




 
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