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19/04/2023 às 17h05min - Atualizada em 19/04/2023 às 17h05min

​É pedra nos rins e agora?

Ludmila Pereira de Araujo Souza *
Há alguns dias, o apresentador Felipe Andreoli compartilhou em suas redes sociais que foi submetido a uma cirurgia para fazer retirada de pedra nos rins. Ele contou que passou por uma dor inenarrável na lombar à esquerda e confessou, inclusive, que chorou.
 
Foi ao hospital, chegou a ser medicado, mas o desconforto continuou ao voltar para casa, precisando retornar ao pronto-socorro e, por decisão médica, ser então encaminhado ao processo cirúrgico.
 
O cálculo renal – popularmente conhecido como “pedra nos rins” ou de forma mais técnica, como litíase renal – trata-se de uma massa sólida de sais minerais e de outras substâncias como oxalato de cálcio e ácido úrico, que se forma nos rins, criando pequenos cristais e provocando dores intensas, semelhantes a cólicas, igualmente aconteceu com o apresentador. Elas podem ainda, de acordo com o nosso movimento, irem transitando pelo trato urinário, aumentando ainda mais o sofrimento desse indivíduo.
 
As principais causas que se dão para o aparecimento dessas “pedras” são: baixo consumo de água, fazendo com que a urina fique bastante concentrada; alto consumo de sódio, que é o principal nutriente do sal e que está bastante presente em industrializados, embutidos e defumados; além do alto consumo de alimentos ricos em oxalato – como leguminosas, frutas e vegetais diversos –, associados ao baixo consumo de água, dificultando assim a eliminação através da urina.
 
Outra causa muito comum para o favorecimento de cálculo renal, mas bastante desconhecida da grande maioria da população, refere-se ao consumo de vitamina C, de origem medicamentosa. Isso mesmo que você está pensando, caro leitor... Aquela pastilha efervescente laranja, vendida de forma indiscriminada nas farmácias, tomada diariamente e tendo seu consumo reforçado principalmente em quadros de gripes e resfriados, também é considerada uma grande vilã na prevenção contra à litíase renal.
 
Isso porque essa vitamina C sintética é ofertada em excesso, muito além da nossa real necessidade nutricional, e acaba não sendo metabolizada adequadamente pelo organismo, transformando-se em oxalato, favorecendo a formação de cristais. Associado ao baixo consumo de água, vira então uma “bomba relógio” à espera da chegada do cálculo renal.
 
A forma de tratamento para a litíase renal é realizada através de medicamento para controle da dor, além da orientação de aumento da ingestão de água para ajudar a expelir as pedras. Quando não há sucesso nessa intervenção clínica, é orientada a cirurgia para remoção.
 
Meu nobre leitor, percebe como, apesar da grande incidência, a prevenção contra o cálculo renal é mais fácil do que se pode imaginar?
 
Com alimentação saudável, sem efervescente de vitamina C e principalmente, com ingestão adequada de água, sem dúvida alguma, essas pedras não terão vez na sua vida.
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* Ludmila Pereira de Araujo Souza é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais • Instagram: @ludmilapasouza.nutri • Email: [email protected]

 

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