13/04/2023 às 00h15min - Atualizada em 13/04/2023 às 00h15min
Alimentação e nutrição no combate à candidíase
Ludmila Pereira de Araujo Souza *
Essa semana, achei interessante abordar um assunto que é bem recorrente no dia a dia das mulheres e passível de acontecer em qualquer época da vida. Trata-se da candidíase vaginal.
A verdade é que dificilmente uma mulher nunca passou por isso, seja quando ainda adolescente, ou na vida adulta, ou mesmo na terceira idade.
A candidíase é uma infecção causada por um fungo chamado Candida, que se manifesta na vagina e na sua abertura – conhecida como vulva. É caracterizada por inflamação, ardor, coceira intensa no local, dor e desconforto durante a relação sexual, além de um corrimento branco e espesso na região vaginal.
Por se tratar de um fungo, sua reprodução acontece da melhor forma em ambiente quente e úmido. Inclusive, talvez por isso, as mulheres acabem “pegando” com tanta facilidade, já que além da própria anatomia da genitália feminina, elas fazem muito uso de calça jeans apertada, mantendo a região bastante abafada e ainda mais propensa a proliferação do microorganismo.
Há ainda diversas causas que podem desencadear a candidíase, como: estresse, sistema imunológico debilitado, uso de antibióticos, alterações hormonais, além da diabetes mellitus quando descompensada.
É importante enfatizar que a candidíase também pode ser transmitida através da relação sexual.
Até há algum tempo, o tratamento contra a infecção provocada pela Candida se limitava ao uso de antifúngicos, tanto via oral, como em pomadas para uso via local. Mas como dito inicialmente, percebe-se que a recorrência da candidíase segue grande, tratando somente dessa forma.
Hoje, já se sabe que algumas mudanças nos hábitos alimentares podem melhorar consideravelmente esse quadro, proporcionando muito mais bem-estar e qualidade de vida a essa mulher.
E o primeiro que eu cito é o grande inimigo das crises de candidíase: o açúcar. Ele consegue alterar o pH da vagina e deixar o ambiente mais propício à proliferação de microorganismos e consequentemente, mais suscetível a infecções. Além disso, por se tratar de glicose, contribui também para o desenvolvimento do fungo, literalmente “alimentando-o”.
Carnes e produtos de origem animal, como leite e derivados, também tendem a deixar o ambiente vaginal mais ácido e, portanto, mais propício ao crescimento do fungo.
Ademais, o leite de vaca é considerado um alimento alergênico, portanto, reforçando a orientação de se evitar o consumo durante os períodos de crise.
Além dos já citados, recomenda-se também a diminuição no consumo de amendoins e castanhas – também por serem considerados alergênicos –, glúten, farinhas refinadas, embutidos e bebida alcoólica.
Óbvio que ninguém precisa viver em “restrição alimentar” o tempo todo para evitar a recorrência da candidíase. Tudo é contexto.
E se você, caro leitor, vem me acompanhando aqui, sabe que gosto sempre de enfatizar a importância do estilo de vida saudável em busca de melhora de bem-estar, sem renunciar aos prazeres de comer o que gosta. Mas se mesmo assim, a candidíase chegar por aí, tenho certeza de que já sabe como a alimentação e a nutrição podem ajudar você.
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* Ludmila Pereira de Araujo Souza é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais