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06/04/2023 às 21h58min - Atualizada em 06/04/2023 às 21h58min

A Sentença que Condenou Jesus à morte na cruz

Maria Helena Ventura
 
Jesus foi submetido a três julgamentos todos eles arbitrários, ditatoriais e ilegais. Isto se deu no vigésimo quinto dia do mês de março do ano dezessete do Império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Alta Galileia.

A sentença, incisa em uma lâmina de ébano (madeira escura, muito pesada e resistente), foi a de morrer sobre uma cruz. Ela continha, entre outras acusações, as seguintes:

·    Intitula-se falsamente de filho de Deus;

·    Pretende ser Rei de Israel.

 Evidentemente, a condenação de Jesus Cristo foi consumada sem defesa, através de um dos julgamentos mais injustos e precários de que se tem notícias. Não se levou em consideração o número de cegos que haviam recobrado a visão; de paralíticos que passaram a andar, nem as obras altamente meritórias praticadas por Jesus.

A prisão de Jesus se deu quando ele, no Monte das Oliveiras, pondo-se de joelhos, orava ao Pai dizendo: “Pai, afasta de mim este cálice, todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”.

Afirmou Lucas (22:43) que Jesus, “posto em agonia orava e, mais intensamente, o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até o chão.” Nesse momento, chegam sacerdotes, capitães do templo e anciãos, em companhia de Judas, para presenciarem o beijo que este daria em Jesus, denunciando-o a troco de trinta moedas de prata.

A partir daí Jesus foi esbofeteado, cuspiram-lhe no rosto e foi submetido à selvagem pena de açoites. Os chicotes empregados pelos soldados romanos eram feitos de tiras de couro com pequenos ossos de ovelhas e pedaços de chumbo nas extremidades. Os soldados por ironia   e para humilhá-lo vestiram-no de púrpura (tecido de cor entre o vermelho e o azul que era associado a símbolo de alto status) e para completar a ironia teceram uma coroa de espinhos e lhe puseram na cabeça.  Condenado à crucificação juntamente com dois ladrões, Jesus foi pregado na cruz de madeira com cravos de 12 a 17 centímetros de cumprimento com cabeças quadradas de 16 cm.

A tradição afirma que os nomes dos ladrões eram Dimas e Gestas. Este, angustiado pelos sofrimentos teria exclamado: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós”. Já Dimas, posteriormente aclamado como o “bom ladrão”, exclamou: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares em teu Reino”.  Jesus respondeu: “Hoje mesmo estarás comigo no reino de meu Pai”

Estando a Páscoa dos Judeus (festa em que eles comemoravam a sua libertação da escravidão do Egito), os sumos sacerdotes pediram a Pilatos (representante do Imperador César) que quebrassem as pernas dos três condenados, uma vez que sem o apoio das pernas haveria uma compressão no tórax apressando assim, a morte deles. Ao contrário dos outros dois, Jesus não teve nenhum osso quebrado porque já havia dado o último suspiro, depois de falar em voz alta: “Pai, perdoa-os, eles não sabem o que fazem”. E completou: “Tudo está consumado”. Dito isso, expirou.

A multidão ali presente ouviu uma voz angustiosa que clamava: “Eli, Eli, lama sabactani”, isto é, meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Na visão espirita esta frase poderia ter sido pronunciada por Dimas ao pensar que fora abandonado por Jesus. Quanto ao Mestre, jamais iria se sentir desamparado pelo Pai.

Logo após o desenlace de Jesus, a terra tremeu, fenderam-se as pedras, abriram-se os sepulcros e muitos corpos que “dormiam”, foram ressuscitados e entraram na cidade santa e apareceram a muitos, provocando um grande tumulto. Foi então que alguns clamaram: “Este era verdadeiramente o filho de Deus”.

Jesus jamais perdeu a confiança no Pai. Não se insurgiu contra a vontade de Deus. Não lamentou o rumo dos acontecimentos, embora o seu desejo fosse de que as coisas ocorressem de modo diferente. As mais profundas dores de Jesus não foram as físicas, mas as de ordem moral, ao ver que  todo o seu empenho em trazer à Terra uma mensagem de vida eterna,  aqui encontrasse resistência tão tenaz.

Eis que na manhã do terceiro dia, quando a ex-pecadora de Magdala se acercou do sepulcro com perfumes e flores para passar no corpo do Mestre, ficou estupefata por não o encontrar. Foi quando uma voz carinhosa e meiga exclamou brandamente aos seus ouvidos:

“Maria!...”

Instintivamente Madalena se ajoelhou e recebeu o olhar do Mestre, num transbordamento de lágrimas de inexcedível de ventura. E a notícia se espalhou por todo o mundo. Era a promessa de Jesus que se cumpria o Mestre matou a morte. A realidade da Ressureição era a essência divina, que daria eternidade ao Cristianismo.

Maria Helena Ventura

Membro da Academia Imperatrizense de Letras
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