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28/03/2023 às 21h09min - Atualizada em 28/03/2023 às 21h09min

Buriticupu, Açailândia e Bom Jesus das Selvas, as cidades maranhenses que sofrem com a voçoroca

A situação se complicou nos últimos dias por causa das fortes chuvas que caem na região

Elson Araújo
Foto: Divulgação
  
Buriticupu, a cidade maranhense que há anos vem sendo engolida pelo fenômeno geológico chamado voçoroca, pode até apresentar uma situação mais grave, uma vez que por causa do problema já “sumiram do mapa” mais de 50 imóveis, mas em menor proporção as cidades de Açailândia e Bom Jesus das Selvas também enfrentam essa situação.

Há exato um ano O PROGRESSO publicou ampla reportagem, com fotos e entrevistas, sobre a situação da cidade, que só piorou nas últimas semanas por causa do período chuvoso, o que levou o Governo do Maranhão a incluí-la entre as que hoje recebem uma atenção especial com a distribuição de cestas básicas e outros itens do “guarda-chuvas social”, mas nada, até agora, de qualquer anúncio quanto ao combate à voçoroca.

A voçoroca é um tipo de erosão que se caracteriza pela formação de grandes buracos causados pela chuva em solos, geralmente, onde a vegetação é escassa e não tem mais força para protegê-los, resultado, pelo diagnóstico dos estudiosos, de anos de desmatamento predatório e o mau uso do solo.

Buriticupu fica distante 395 quilômetros da capital, e a 219 quilômetros de Imperatriz, é margeada pela BR 222, na área de influência da Bacia Hidrográfica do Rio Pindaré. 

O escritor, professor e jornalista Isaias Neres vem há muito tempo “tentando mostrar para o mundo” a situação de Buriticupu. No seu canal no Youtube já são diversos os vídeos. Ontem, 28, ele esteve na cidade de Imperatriz e deu entrevistas em algumas emissoras.

Em um dos vídeos (documentário) Neres conta que Buriticupu hoje é sitiada por pelo menos 20 grandes erosões que têm avançado, segundo ele, muito rápido vindo a causar um rastro de destruição. Uma das falhas já chega a mais 500 metros de extensão, 80 de largura e 50 metros de profundidade.

O registro do professor confirma que pelo menos 50 residências já foram engolidas, e outras estão sob ameaça.

Outro problema ambiental grave, ocasionado pelas erosões, é o assoreamento dos riachos que cortam a cidade. Uma ameaça iminente para o abastecimento d´água potável da cidade. Por enquanto o riacho mais comprometido, segundo Isaias Neres, é o Cajazeira.  

O professor Isaias informa que acidentes já são frequentes e que já foi registrada pelo menos uma morte.

Além da destruição dos imóveis, o que inclui casas e terrenos, Buriticupu corre o risco de ficar isolada. É que algumas dessas erosões avançam na direção da BR-222, a famosa Açailândia/Santa Luzia.

Alguns moradores, com medo, não dormem mais. Outros, como o senhor João Batista, que mora na Vila Isaias, ameaçado de perder um patrimônio avaliado e mais de um milhão de reais, só conseguem dormir à custa de medicamentos, conforme relata no documentário produzido pelo professor Isaias Neres.  

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