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24/03/2023 às 12h51min - Atualizada em 24/03/2023 às 12h51min

A mulher em suas diversas fases

Ludmila Pereira de Araujo Souza *
Nesse mês de março, mais precisamente no dia 8, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. A data simboliza uma luta histórica de mulheres por igualdade de direitos e contra a violência e o preconceito.

Há várias versões sobre a origem dessa data e uma delas é que nesse dia, em 1917, cerca de 90 mil operárias se manifestaram contra o czar Nicolau II, da Rússia. Outra versão faz referência à tragédia ocorrida no dia 25 de março de 1911, quando em torno de 130 operárias morreram carbonizadas em uma fábrica têxtil de Nova York, em razão das más condições de trabalho no local. 

Desse período para cá, segue-se dia após dia, a luta por igualdade de direitos e salariais, contra a violência e preconceito nos mais diversos setores da vida, além da equidade de tratamento, tendo em vista a cobrança imposta em torno das mulheres que vão muito além de um único papel: precisa ser profissional excepcional e atualizada para brigar pela justa remuneração; tem que viver a maternidade porque uma mulher que não é mãe não é uma mulher completa (contem ironia!); precisa ainda ser esposa exemplar e companheira, além de ser dona de casa e muitas vezes, tomar todas as responsabilidades desses cuidados pra si; ademais, precisa estar sempre bonita, de cabelo arrumado e unhas feitas, com o corpo esbelto e a saúde em dia para dar conta (ou não) de tudo. 

E é exatamente nesse ponto que eu gostaria chegar: a saúde da mulher.  

Infelizmente, a desigualdade em torno do sexo feminino em nossa sociedade também se reflete diretamente em sua saúde, seja ela física e mental.

Segundo dados da OMS – Organização Mundial de Saúde –, uma em cada cinco mulheres apresenta algum tipo de transtorno mental, sendo a depressão uma delas, atingindo mais que o dobro de mulheres em relação aos homens. 

Fisiologicamente falando, a mulher ainda conta com uma série de fatores que as tornam “mais vulneráveis”: é a TPM – tensão pré-menstrual – e seu turbilhão de hormônios que deixam seus dias mais sensíveis e difíceis. E ainda há quem diga que é “frescura”; é a própria menstruação que é desconfortável e que muitas vezes geram cólicas e dores em todo corpo; é gestação e suas infinitas mudanças no corpo, na mente e da vida das mulheres; é parto, pós-parto, puerpério e amamentação que dispensam comentários; Chega a menopausa e mais outro monte de mudanças que afetam diretamente a qualidade de vida dessa mulher... Eita! E pensar que ainda somos chamadas de “sexo frágil” mesmo dando conta de tanto. 

Há quase um ano, eu comprei uma formação em nutrição na saúde da mulher. Confesso que, mesmo sendo mulher e sabendo das nossas particularidades, quando decidi adquirir esse curso eu não fazia ideia da dimensão de conhecimento desse mundo feminino dentro da minha área e fiz o investimento pensando mais na dificuldade de emagrecimento das minhas pacientes, além da mentora do curso que é extraordinária e sempre me surpreende com tantas informações atualizadas. 

Nessa formação, reforcei ainda mais o que eu já sabia: como a nutrição pode fazer pela saúde das mulheres, nos seus mais diferentes estados fisiológicos e patológicos da vida. 

É um assunto bem amplo e que somente nessa coluna, não conseguiria compartilhar toda essa riqueza de informações. Prometo que tão logo conversaremos mais a respeito. 

Mas uma coisa, eu já conto a você, caro leitor: a mulher em suas diversas fases, sejam elas físicas, patológicas e sociais, pode contar com a alimentação e a nutrição em busca de qualidade de vida. E, sem dúvida alguma, com saúde seguiremos muito mais longe rumo a muitas conquistas que ainda nos faltam.

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 * Ludmila Pereira de Araujo Souza   é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais
 

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