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06/03/2023 às 18h38min - Atualizada em 06/03/2023 às 18h38min

Maranhão teve 165 casos de violência contra a mulher em 2022

Desse número, 57 foram vítimas de feminicídios, aponta a Rede de Observatórios

Assessoria Rede de Observatórios da Segurança
Bruna foi morta por Moisés em Mirador, após o término no relacionamento - Foto: Divulgação
Em 2022, o Maranhão teve 165 casos de violência contra a mulher, sendo 57 feminicídios, segundo dados da Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa de instituições acadêmicas e da sociedade civil em sete estados que acompanha políticas públicas de segurança, fenômenos de violência e criminalidade.

Os dados não são oficiais e são produzidos a partir de um monitoramento do que circula nos meios de comunicação e nas redes sociais sobre violência e segurança. O monitoramento também tipifica casos que não teriam sido classificados como feminicídio pela polícia, mas que, segundo a Rede de Observatórios, possuem evidências desse tipo violência.

Segundo a Rede de Observatórios, a maior parte dos registros tem como autor da violência companheiros e ex-companheiros das vítimas. As principais motivações são brigas e términos de relacionamento.

Pela polícia, um dos casos registrados em 2022 aconteceu em Mirador, no interior do Maranhão, quando Moisés da Silva Barroso, de 32 anos, matou a ex-companheira, Bruna Sueli Oliveira Miranda, de 25 anos, a golpes de faca e pauladas.

Segundo a polícia, o casal esteve junto por oito anos, mas tinha uma relação conturbada, havendo muitas brigas e agressões. Diante das constantes ações de violência doméstica sofrida por Bruna, ela se separou do companheiro.

Inconformado com a separação, Moisés passou a realizar ameaças e acabou preso por descumprir uma medida protetiva, mas assim que foi solto decidiu matar Bruna.

Outro caso registrado pela polícia aconteceu no Parque Vitória, em São José de Ribamar, Região Metropolitana de São Luís, onde Stefani Muniz Souza Rodrigues, de 22 anos, foi morta a tiros pelo ex-companheiro.

A vítima tinha terminado o relacionamento com Lucas, depois de sofrer agressões. No entanto, não aceitando o fim do relacionamento, Lucas Rodrigues assassinou a ex-companheira com três tiros na frente do filho do casal, de apenas cinco anos, que chegou a pedir que o pai não matasse a mãe.

Segundo o Departamento de Feminicídio, um dos disparos atingiu Stefani na cabeça. Após o feminicídio, Lucas Rodrigues segue foragido.

Somando dados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Maranhão e Piauí, a Rede de Observatórios afirma que uma mulher foi vítima de violência a cada quatro horas no Brasil: foram 2.423 casos — e 495 deles terminaram em morte.

O maior número de eventos foi registrado em São Paulo (898) — um a cada dez horas. São casos como o da jovem sequestrada que teve o rosto tatuado com o nome do ex-companheiro ou o da procuradora-geral espancada no local de trabalho.

A Bahia é o estado com maior taxa de crescimento em relação ao último boletim, com uma variação de 58%, com ao menos um caso por dia.

O Rio de Janeiro também apresentou uma alta significativa de 45% em um ano com casos de repercussão nacional, como o do estupro de uma parturiente cometido por um anestesista ou do chefe de investigações da delegacia da mulher acusado de agredir a ex-companheira. 

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