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10/02/2023 às 18h13min - Atualizada em 10/02/2023 às 18h13min

PF começa a destruir maquinário de garimpeiros na TI Yanomami

Operação Libertação tem ajuda do Ibama, Funai, Força Nacional e Ministério da Defesa para avançar nesta frente. A ação será mantida até que a legalidade seja restabelecida.

Pedro Peduzzi
Agência Brasil - Brasília
Inutilização da infraestrutura visa interromper logística criminosa - Foto: Divulgação/PF
 
A Polícia Federal começou, nesta sexta-feira (10), a implementar as ações de erradicação do garimpo em terras yanomami, de forma a interromper a logística do crime, “com foco na inutilização da infraestrutura utilizada para a prática do garimpo ilegal, bem como a materialização das provas sobre a atividade criminosa”. As ações ocorrem no âmbito da Operação Libertação.

“O foco principal, neste momento, é interromper a prática criminosa e proporcionar a total e efetiva retirada dos não indígenas da Terra Yanomami, preservando os direitos humanos de todos os envolvidos”, informou a PF – que conta com a ajuda de Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Força Nacional e do Ministério da Defesa.

Em nota, o chefe da Diretoria de Meio Ambiente e Amazônia da PF, Humberto Freire, informou que as ações focam a logística do crime e o registro da materialidade delitiva, e não nas pessoas envolvidas, “de modo a evitar que haja dificuldades na saída dos não índios da Terra Yanomami”.

Segundo ele, há que se ter cuidado em evitar problemas devido ao fato de alguns garimpeiros não estarem conseguindo deixar a área. A preocupação do diretor é evitar que eles acabem sem meios de subsistência mínima. “Não podemos esquecer que o foco principal da operação é a desintrusão total dos não índios da TI Yanomami”, justificou.

De acordo com a PF, a Operação Libertação será mantida até que a legalidade seja restabelecida na terra Yanomami.

 

Operação contra lavagem de dinheiro

A Polícia Federal também deflagrou nesta sexta-feira operação contra esquema suspeito de lavagem de dinheiro de comércio de ouro ilegal em Roraima e em Pernambuco. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e bloqueio de bens, autorizados pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima.

Um dos alvos da ação, chamada Operação BAL, é a irmã do governador de Roraima, Antonio Denarium, Vanda Garcia de Almeida. Além de Vanda, outros parentes do governador estão entre os investigados. Em nota, o governador disse que recebeu a notícia e desconhece o teor da investigação contra a irmã. Ele espera que eventuais responsabilidades sejam apuradas na forma da lei. Denarium afirmou ainda que está à disposição para esclarecimentos, e continuará colaborando com as ações em conjunto com o governo federal para a solução da crise yanomami.

 

Fachada

De acordo com a PF, o esquema teria movimentado R$ 64 milhões em pouco mais de dois anos. O grupo criminoso usava de empresas de fachada para lavar dinheiro da compra e venda de ouro extraído ilegalmente na região
 
Conforme as investigações, os suspeitos recebem os valores de diversos financiadores pelo Brasil, sacam ou transferem o dinheiro para pessoas e empresas em Roraima, responsáveis pela compra de ouro ilegal.

O grupo foi descoberto pela Polícia Rodoviária Federal durante uma operação nas estradas. “Durante a ação de rotina, os policiais verificaram inconsistências na narrativa dos passageiros de um veículo, os quais tentaram ocultar uma viagem recém realizada a Rondônia e encaminharam os fatos à Polícia Federal”, diz nota da Polícia Federal.
O nome da operação (BAL) é uma alusão a um composto utilizado para tratar o envenenamento por ouro (British Anti-Lewsite).

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