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17/01/2023 às 11h44min - Atualizada em 17/01/2023 às 11h44min

Preta Gil e a descoberta do câncer de colorretal

Ludmila Pereira de Araujo Souza *
Há alguns dias, Preta Gil anunciou que está com um câncer de intestino. Após sentir um desconforto abdominal, a cantora realizou alguns exames que a diagnosticaram com um adenocarcinoma na porção final do intestino, também conhecido como câncer de colorretal.

Sempre que uma figura pública surge com algum problema de saúde, é bastante comum que as atenções da população se voltem para aquela doença.

De forma muito curiosa, as pessoas vão em busca de conhecimento, de entender por que acontece, querem saber quais os sintomas, o tratamento, além, obviamente, das chances de mortalidade.  

E exatamente por isso, quis trazer minha contribuição sobre o assunto essa semana para você, caro leitor, já que é uma doença ligada diretamente ao estilo de vida e principalmente à alimentação.

Segundo dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer –, o câncer de intestino é o segundo mais frequente no aparelho digestivo e o terceiro que mais mata no Brasil. Estima-se que mais de 40 mil novos casos surjam todos os anos no nosso país.
A doença afeta tanto o sexo masculino, quanto feminino, geralmente, a partir dos 45 anos, sendo mais frequente entre 60 e 70 anos de idade.

Entre os fatores de risco, pode-se destacar: hábitos alimentares inadequados, obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo de bebida alcoólica, histórico familiar, além da preexistência de algumas doenças intestinais.

Meu nobre leitor, percebe como o câncer de intestino é resultado direto de um estilo de vida ruim? A má alimentação, o alcoolismo e o sobrepeso, sem dúvida alguma, são os mais impactantes para o desenvolvimento dessa doença.

É de notório conhecimento que a cantora Preta Gil vive há muitos anos em constante briga com a balança por conta do excesso de peso, mas de algum tempo pra cá, ela vinha declarando que a obesidade não a incomodava mais e que havia passado a se aceitar da forma como estava, demonstrando sempre grande empoderamento, além de uma autoestima elevada.

Sabemos bem que vivemos em uma sociedade altamente apegada a padrões de corpos esculturais. Em contrapartida a isso, temos visto também uma crescente legião de pessoas contrária a essa filosofia de magreza e que defendem a aceitação do seu próprio corpo, independentemente de como ele seja, o que, de fato, não está errado.

O problema acontece quando as pessoas passam a “romantizar” um estado nutricional inadequado e doentio, de um corpo inflamado e altamente propenso a novas comorbidades. Estou falando da obesidade.

Durante todo o período que venho escrevendo para a presente coluna, constantemente falo da importância da manutenção do peso adequado e da alimentação saudável como maiores aliados nessa busca por qualidade de vida.

Lembrando que nem todo corpo magro significa que está cheio de vigor e saúde, assim como também, nem todo quadro de excesso de peso quer dizer que está doente, apesar da predisposição.

O que trago a vocês aqui sempre são estudos, pesquisas e estatísticas que, de fato, confirmam que a obesidade é fator de risco para inúmeras doenças.

Não nos cabe questionar os hábitos de vida de ninguém e nem muito menos, julgar o próximo por estar doente. Cabe a nós empatia com a dor e sofrimento do outro, além de olhar pra si mesmo e seguir nessa busca incessante por saúde e dias melhores.
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 * Ludmila Pereira de Araujo Souza   é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais
Instagram: @ludmilapasouza.nutri - Email: [email protected]

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