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10/01/2023 às 18h05min - Atualizada em 10/01/2023 às 18h05min

“Pé na areia, a caipirinha, água de coco, a cervejinha...”

Ludmila Pereira de Araujo Souza *
Como canta o grande sambista Diogo Nogueira, “pé na areia, a caipirinha, água de coco, a cervejinha…”. Assim, segue esse fluxo na vida de muitas pessoas, já que continuamos em um período de férias.  
 
Alguns ainda viajam, curtem as praias e regam esse lazer com muita bebida alcoólica. Mas quem dera que a presença exagerada de álcool na vida das pessoas fosse somente nessas ocasiões.
 
A verdade é que o álcool é “convidado VIP” no cotidiano de grande parte da população, pra festejar e pra socializar. Tá ali no happy hour, nas festas e confraternizações, no barzinho ou até mesmo em casa entre amigos.
 
Mas além da alegria momentânea que a bebida alcoólica proporciona, gostaria de falar também sobre seus contras, que não são poucos.  
 
No processo de emagrecimento, costumo dizer que o álcool é um dos maiores inimigos, já que ele consegue fornecer mais calorias do que o próprio açúcar. Isso mesmo que você leu, caro leitor.
 
E o que é ainda pior é que são as chamadas “calorias vazias”. Ou seja, não oferece nenhum nutriente, somente energia, que em excesso, faz com que você engorde, sem se nutrir.
 
Outro agravante é que quem é adepto do consumo de álcool, dificilmente consome pouco, principalmente quando se está festejando.
 
Para você ter uma ideia, uma lata de 350ml de cerveja fornece em torno de 150 kcal; 200ml de caipirinha pode chegar a 500kcal, a depender da quantidade de açúcar e de cachaça adicionados.  E aí, quem bebe só uma dose?
 
E isso sem contar os petiscos, não é?! É filé com fritas, queijinho gordo, presunto, amendoim, salame… E tudo isso vai virando uma bomba calórica, que não gera saciedade, que não nutre, que propicia o ganho de peso, que intoxica o organismo e rouba sua saúde.
 
Nossa conversa sobre o álcool se torna ainda mais longa quando vamos falar do seu grande poder de desidratar quem o consome, fazendo com que o indivíduo urine muito mais e não reponha (bebendo água) adequadamente, gerando aquela ressaca sem fim no dia seguinte. Seu cérebro foi lesado, meu nobre leitor.  
 
O fígado é responsável pelo processo de desintoxicação do nosso corpo, de tudo que consumimos. E o álcool é quem dá um “trabalho dobrado” para esse órgão. Por isso que é tão comum entre pessoas que bebem frequentemente, apresentar problemas hepáticos diversos, como a esteatose hepática (a tão famosa “gordura no fígado”) e até a cirrose, que é o enrijecimento do órgão, que o impede de funcionar e conseqüentemente, leva-o à falência.
 
Apesar de eu não consumir bebida alcoólica, a não ser raríssimas vezes uma taça de vinho, gostaria de dizer que não estou aqui para condenar e julgar a ingestão de álcool de ninguém.
 
Reconheço que o seu consumo gera prazer e bem-estar social na vida das pessoas.
 
Sempre digo que tudo na vida é equilíbrio. E é possível continuar tomando seus bons – e poucos – drinques e vivendo bem. Saibamos otimizar.
 
Reveze o consumo de álcool com um copo d’água, assim ajuda a manter o corpo hidratado.
 
Escolhamos petiscos mais leves e menos calóricos, como palitinho de legumes, ovo de codorna cozido, azeitona e tomate cereja. 
 
Com consumo de bebida alcoólica ajustado e moderado, dá sim para festejar, viver com saúde e como manda a canção... “Pé na área, a caipirinha, água de coco, a cervejinha…”.

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 * Ludmila Pereira de Araujo Souza   é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais
Instagram: @ludmilapasouza.nutri - Email: [email protected]

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