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04/01/2023 às 16h58min - Atualizada em 04/01/2023 às 16h58min

Membros da presidência da CNBB recordam memórias e encontros com o Papa Emérito, Bento XVI

Da Assessoria
Imprensa/CNBB
Fotos: Observatório Romano
 
Nos anos 90, quando era estudante em Roma, atravessando a Praça de São Pedro em finais de tarde, indo em direção ao metrô, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler, recorda que encontrou-se, algumas vezes, com o então cardeal Ratzinger vestido de forma muito simples, caminhando. 
“Saudava-o com a expressão típica da Baviera: ‘GrüssGott’. Ele, por sua vez muito gentilmente, respondia”, relembra. 

Em 2010, foi o Papa Bento XVI quem nomeou o primeiro vice-presidente da CNBB como bispo-auxiliar em Porto Alegre. Dom Jaime define como memorável, no ano seguinte, a audiência que o grupo dos novos bispos de então tiveram com ele no Castel Gandolfo. “Assumiu o pontificado num contexto desafiador. Num gesto de grandeza humana e senso eclesial, soube se retirar quando sentiu as forças diminuírem”, disse.

O arcebispo de Porto Alegre fez uma especial menção ao grande teólogo que o Papa Emérito foi. “Era uma mente brilhante! Um dos grandes teólogos da história recente da Igreja, senão o maior! Ao mesmo tempo, uma personalidade tímida; um homem marcado por extrema simplicidade; testemunha de fé”, sintetizou.

Humilde servo na vinha do Senhor
“Humilde servo na vinha do Senhor”, a frase com a qual Bento XVI se autodefinia, traduziu bem, segundo o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, o seu jeito simples, marcado por uma espiritualidade cristã densa, autêntica, que irradiava de suas atitudes, gestos e palavras.

“Tive o privilégio de estar com o Papa Bento XVI, em algumas oportunidades, quando estive em Roma em visita Ad Limina, nas reuniões do Dicastério da Doutrina da Fé – inclusive fui nomeado para o Dicastério durante o pontificado dele. Também tive a oportunidade de estar na sua presença quando de sua vinda ao Brasil, em Aparecida, na realização da 5ª Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, a Conferência de Aparecida, em 2007”, relembra. 

“Simples, zeloso, amoroso”
Para o presidente da CNBB, Bento XVI sempre teve muitos dons e virtudes, mas era exemplarmente simples, zeloso, amoroso. “Um discípulo de Jesus que primava pela delicadeza. Na Conferência de Aparecida, a sua simplicidade na relação com cada pessoa ficou especialmente guardada no meu coração. Lembro-me, com gratidão, de suas palavras, dirigidas ao Povo de Deus: ‘A Igreja Católica é advogada da justiça e defensora dos pobres’”.

A vida do Papa Emérito, de acordo com dom Walmor, guarda muitas lições importantes para se  aprender sempre e exercitá-las cada vez mais. “Reverência eterna ao legado do Papa Bento XVI para a vida e a missão da Igreja. Uma grande herança”, disse.

O arcebispo de Cuiabá (MT) recorda-se que, em 1º de outubro de 2010, na visita Ad Limina, ele junto aos bispos de Manaus (AM) tiveram uma audiência com o então Papa Bento XVI. “Logo que o cumprimentei ele olhou nos meus olhos e disse: ‘olha como você é jovem!’ e deu um sorriso que marcou minha vida de bispo. Eu tinha apenas 40 dias no episcopado. Eu guardo comigo a memória de um homem simples, humano e, ao mesmo tempo, sábio e muito verdadeiro. É a primeira lembrança que guardo de Bento XVI nestes meus doze anos de episcopado”, disse. 

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