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23/12/2022 às 23h16min - Atualizada em 23/12/2022 às 23h16min

Ela é escrita pelos vencedores

Elson Araújo
 
Para se compreender o presente, e tudo que nele habita, é preciso conhecer, ou pelo menos tentar conhecer o passado. No período escolar considerado comum, não aparece essa preocupação. O normal é uma viagem superficial pelos caminhos da história. Sem muitas reflexões, a gente, na maioria das vezes, fica mesmo no basicão. O esforço é só para se conseguir a nota para passar de ano.

Estou convencido, agora na maturidade, sobre importância dos fatos históricos e de que é preciso revisitá-los com um olhar crítico, sob a perspectiva de todos os protagonistas, coadjuvantes e expectadores; uma vez que conforme já dizia o escritor, jornalista e ensaísta inglês, George Orwell, a história é escrita pelos vencedores.

E como a história é escrita pelos vencedores, o que geralmente fica fixada é uma visão unilateral dela sem nenhum estímulo ao exercício do contraditório. Daí, surge a necessidade, sempre atual, do rompimento dessa bolha de superficialidade.

A partir da análise de um fato com um olhar plural, acredito que seja possível uma melhor apreensão conceitual da história, compreender melhor o presente, e garantir um posicionamento melhor no futuro.

Ainda bem que nem todo mundo que processa uma informação, seja ela histórica ou não, se contenta com o prato feito daquilo que recebe. Hoje, qualquer alma inquieta, em questão de minutos, consegue consultar/checar a informação que quiser. Enfrenta os algoritmos, flagrantemente, na atualidade os grandes vilões da consciência crítica, faz cruzamento de dados e verifica as fontes que achar necessária.

Assim sendo, com todas essas facilidades compreende-se que é perfeitamente possível alcançar o santo graal que hoje se tornou a verdade, de uma maneira muito mais rápida do que ocorria antigamente, num tempo em que a informação viajava a passos de tartaruga e geralmente só abrigava um lado.

É fato, para a gente não se tornar uma espécie de “Maria vai com as outras”, ou seja, uma pessoa sem opinião própria, neste tempo de facilidades de acesso a qualquer tipo de fonte de informação, é preciso se vacinar contra as impropriedades contidas nos fatos de agora, e nos que já viraram história. A princípio, vejo dois possíveis “imunizantes”: o primeiro é a dúvida, nunca foi tão importante duvidar, e a outra é checar sempre as “verdades prontas” que nos são apresentadas.
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