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12/11/2020 às 00h00min - Atualizada em 12/11/2020 às 00h00min

ENTREVISTA COM A CANDIDATA MARIANA CARVALHO (PSC)

Da Redação de O PROGRESSO
Mariana Carvalho - Foto: Divulgação

Sabemos que a administração pública é muito complicada, com a burocracia emperrando os trabalhos e, às vezes, causando problemas jurídicos ao gestor, mesmo não havendo a intenção de dolo. O que leva a entrar nessa disputa ferrenha pela Prefeitura de Imperatriz?
O que me leva a entrar na disputa pela Prefeitura é saber que, em Imperatriz, existem os mesmos grupos políticos [de sempre], que não resolveram os problemas crônicos da cidade. É necessário, todavia, que haja essa renovação, novas pessoas entrem. Faço parte da geração indignada com essa situação, que teve coragem de entrar. E tentar, assim, mudar essa realidade. Sou uma pessoa comum, nascida em Imperatriz, que ama essa cidade, desejando que a mesma tenha dias melhores; para que a gente possa trabalhar e viver bem, da melhor forma. Proporcionaremos dias melhores para as pessoas que moram aqui, resolvendo os problemas da saúde, da educação, do saneamento básico e da infraestrutura. Ou seja: os principais problemas que assolam Imperatriz.

Imperatriz tem mais de 150 bairros, a maioria sem infraestrutura. Faltam esgoto, pavimentação e até água. Mesmo sabendo que alguns desses serviços ainda são de obrigação do Estado, qual a sua proposta para este setor?
Sabemos que infraestrutura é um problema crônico para Imperatriz, com o asfaltamento sendo feito sem qualidade. A gente sabe que, muitos, já passaram, poderiam ter resolvido, feito diferente; não fizeram, escolheram continuar fazendo da mesma forma. É por isso, que tenho o engenheiro civil Gláucio Serafim Júnior como meu candidato a vice-prefeito. Em minha gestão, o vice vai trabalhar [e ele é técnico na área de infraestrutura]. Assim, resolveremos esse problema. 

E especificamente sobre os alagamentos de bairros, principalmente provocados pelos riachos, já que a cidade é cortada por vários, como o Bacuri, Capivara, Cacau, Riacho do Meio e Santa Teresa. O que fazer? Não haverá a possibilidade de uma canalização?
Uma das primeiras coisas: rever o contrato com a CAEMA. A gente sabe tratar-se de uma empresa que tem dado dor de cabeça, não tratando bem a população. Vou rever, chamar a Agência Reguladora, que é a SEMA (Secretaria Estadual do Meio Ambiente), pois, no contrato, constam direitos e deveres. A Prefeitura, hoje, não dispõe de uma equipe de fiscalização. A gente vai ter uma equipe para fiscalizar, que irá exigir, da CAEMA, o cumprimento, na íntegra, do contrato com o povo de Imperatriz. Caso isso não aconteça, romperemos o contrato. Será feito um serviço permanente de limpeza dos riachos da cidade. Vamos elaborar um Plano de Macrodrenagem. Através dele, resolveremos, em definitivo, os problemas relacionados aos alagamentos.

Percebemos que o sistema de saúde pública vem, aos poucos, melhorando. O que poderá ser feito para chegar a um nível satisfatório?
Infelizmente, a saúde de Imperatriz ainda é muito precária. No Hospital Municipal (HMI), arrumaram apenas a faixada. A realidade interna, porém, é totalmente diferente do que é colocado nas propagandas. As pessoas estão sofrendo. Tenho recebido vários relatos, através dos quais sou informada que as pessoas têm, inclusive, de comprar materiais para serem atendidas no interior do “Socorrão” de Imperatriz. Precisam comprar seringas, remédios. Materiais/medicamentos que serão utilizados no hospital. Forma triste, através da qual população vem sendo tratada há anos, em nossa cidade. A Atenção Básica de Saúde deve ser prioridade. Precisamos fazer um novo hospital. Já temos o projeto de um Hospital Modelar (a população pode ver em nossas redes sociais). Os recursos serão carreados junto ao Governo Federal.

A pandemia do coronavírus dificultou mais ainda as administrações, não apenas as municipais, como as estaduais e a federal. Na sua avaliação, a pandemia serviu como um alerta para as autoridades sobre a necessidade de uma melhoria mais acentuada no sistema de saúde?
Com toda certeza. A pandemia veio para mostrar ainda mais a precariedade em que se encontrava a saúde de Imperatriz. A cidade recebeu mais de R$ 20 milhões do Governo Federal para o tratamento da covid-19. Vemos, porém, que a população ainda se encontra sem os testes rápidos, os testes básicos. A gente precisa mudar essa realidade, pois poderia ter sido feito de outra forma, como, por exemplo, a descentralização deste tipo de serviço, visando fazer com que a população ficasse calma e, ainda, fosse contemplada com os testes rápidos. Os nossos agentes de saúde passaram por situações difíceis, sem nenhum tipo de capacitação. Até máscaras, eles receberam de forma precária. Até os profissionais de saúde ficaram sem estrutura, apesar dos recursos federais. A gente precisa fazer alguma coisa, pois tem algo de errado, a população permanece sofrendo e muitas perderam a vida.

E na área educacional, qual a sua proposta para, também, chegarmos a um nível mais elevado?
A gente precisa aumentar o nível do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que mede a qualidade do ensino nas escolas públicas, cuidando da gestão da educação; cuidar da Educação Infantil, das nossas crianças, tendo em vista o aporte de creches ser, hoje, muito pouco em Imperatriz. Nós temos bairros, como o Itamar Guará, com creches inacabadas. Já no Sebastião Régis, não há colégios. As mães precisam trabalharem, levarem o sustento para as suas famílias. As crianças, infelizmente, não têm onde ficarem. É competência do Município, cuidar da Educação Infantil. Iremos tratar o assunto com prioridade.
Ruas, praças e outras áreas públicas estão tomadas por vendedores ambulantes causando transtornos a quem circular nestes locais. Além do mais, competem com lojistas que pagam seus impostos. Por que os gestores temem retirá-los desses locais?
Na verdade, muitos já tentaram retirar os ambulantes. Sempre defendi a conversa, o diálogo, com a classe. Não podemos retirar os ambulantes apenas por retirar, pois ali estão pais e mães de famílias que precisam levar o sustento para as suas casas. Precisamos, portanto, conversarmos com a classe. Participei do processo de criação da ACIRT (Associação dos Camelôs de Imperatriz) por entender que a categoria precisa se organizar, como entidade. Assim, terão como batalharem pelos seus direitos. Serei a prefeita do diálogo. Na condição de prefeita, vou chamar a classe, buscar reestruturar a instituição. Eles precisam ser respeitados. Proponho a conversa com a classe, que contribui com o fortalecimento da economia cidade, fazendo o nosso melhor, legalizando a categoria. “Eles precisam da atenção do Poder Público”.

O trânsito de Imperatriz, assim como da maioria das cidades brasileiras, ainda precisa melhorar. A falta de estacionamento é um dos principais problemas. A senhora é a favor da Faixa Azul, pelo menos no Centro Comercial?
O trânsito, na verdade, é, hoje em dia, um desafio para as grandes cidades brasileiras. Aqui também não poderia ser diferente. Farei um Plano de Mobilidade Urbana, com técnicos, que entendam, na verdade, sobre o trânsito, melhorado, desta forma, o trânsito em nossa cidade. Não concordo que a Faixa Azul seja uma alternativa para Imperatriz, que não está preparada para recebe-la, pois, nos locais onde a mesma existe, ela funciona. Em nossa cidade, o transporte público seria a alterativa para a pessoa que tem de ir ao trabalho. Infelizmente, não temos uma frota segura, sem acessibilidade, ou seja, não oferece nenhum conforto. Na minha gestão, a Faixa Azul não irá prevalecer. Primeiro, irei resolver os problemas considerados prioridade. Também vou rever o contrato com a empresa prestadora do transporte público e exigir que a mesma faça a parte dela.

Imperatriz cresceu desordenamente, principalmente por causa do surgimento de bairros por meio de invasões. A senhora é favorável a invasão?
A invasão também é uma realidade em Imperatriz. A gente também precisa conversar e rever todas as situações. Precisamos garantir moradias para as pessoas, que elas tenham serviços nos locais onde moram. É preciso ter contato, conversar com a população e tentar, desta forma, resolver todas as situações. A Prefeitura também precisa fiscalizar. Entendo ser muito difícil a pessoa querer sair do local onde se alojou, escolheu para morar. Precisamos, portanto, levar informações para a população, ter uma equipe especializada, dando um direcionamento correto para essas famílias, a fim de que as mesmas possam se instalar em locais adequados. Serei a prefeita do diálogo, conversando com as pessoas que estão em “situação de invasão”, proporcionando o direito a moradia para cada uma delas, além dos serviços prestados pelo Poder Público, nos locais onde escolheram para morar.

Com o advento das redes sociais, as eleições, em geral, estão tendo um processo sob um nível baixo. “Fake News” imperando e, o que é pior, em boa parte atacando a vida pessoal do candidato, envolvendo a sua família. Já vimos crianças sendo exposta criminosamente. Como a senhora ver isso?
Não concordo com esse tipo de ataque, com esse tipo de baixaria. A campanha, para mim, tem de ser feita de forma respeitosa, como as pessoas de Imperatriz merecem. Precisamos elevar o nível da política. Infelizmente, porém, a realidade não é essa; poucas pessoas sabem fazer política desta forma. Eu, na condição de única mulher candidata a prefeita, tenho sido atacada diretamente pelos meus adversários, retirando meus cartazes, apesar de a minha estrutura ser a menor dessa campanha eleitoral. Muitas “fake News” têm acontecido e os ataques ao meu material de campanha. A maior “fake news”, contudo, são as propagandas enganosas, pois Imperatriz não vive tal realidade. Estou fazendo a minha campanha com a verdade, ouvindo as pessoas, buscando entender quais são seus principais anseios. Para mim, as famílias de Imperatriz serão prioridade.

Um grave crime ambiental que se verifica há décadas em Imperatriz é o esgoto in natura jogado no rio Tocantins. Por que a Prefeitura não age com pulso forte contra a Caema, responsável pela rede de esgoto da cidade?
Não entendo como muitos gestores deixaram a situação chegar ao que vemos hoje. Conforme falei: gestor, com oito anos de mandato, quando teve a oportunidade de resolver o problema, estendeu por trinta anos o contrato com a Caema. Não entendo um gestor, que diz amar a cidade e resolver os problemas, permitir que a empresa continue atuando na cidade. Vou rever o contrato e exigir que a empresa cumpra com o seu dever, já que o contrato consta de direitos e deveres. Será montada uma equipe para fiscalizar. Caso isso não ocorra, chamaremos a Agência Reguladora e o Ministério Público, a fim de que seja feito um trabalho conjunto, visando o do contrato com a Caema. A população apontará quem realizará tal serviço na cidade, através de licitações. O novo Marco Legal do Saneamento Básico permite que façamos isso. Na minha gestão, a população terá um melhor serviço relacionado a água e ao esgoto.

A Caema cobra dos moradores pelo uso do esgoto o mesmo valor da água. Ou seja, se o consumidor paga 100 reais pelo consumo mensal da água, também paga 100 reais pelo esgoto. Elevando a conta para 200 reais. Isso não é um absurdo, principalmente por que o serviço é precário e, além do mais, o esgoto não é tratado, está poluindo o rio?
Com toda certeza. É um absurdo a Caema cobrar esses valores e, principalmente, não entregar os serviços. Hoje, mais de 70% da população não tem água e nem esgoto tratados. Vamos ampliar de uma para três, as estações de tratamento de água e esgoto, tendo em vista a nossa população merecer. Caso a Caema não se adapte, romperemos o contrato com a empresa. A concessão é dela, mas a cidade é nossa.

Deixa a sua mensagem para o povo de Imperatriz.
Convido você, pessoa comum, como eu, que mora na cidade, que escolheu Imperatriz para morar, para viver, realizar seus sonhos, para lutar por ela; a política se encontra desacreditada. Entendo, já que muitos passaram e fizeram a má política. Apesar de tudo, não podemos desistir. Muitos se dizem experientes; só que, lamentavelmente, experiências, que permitem a falta de água, de alagamentos em sua casa; a falta de medicamentos nos postos de saúde; de tal experiência, Imperatriz não precisa mais. Precisamos de pessoas corajosas, capacitadas que, queiram efetivamente, solucionar para os problemas de Imperatriz, com pessoas técnicas, tecnologia, com o que de mais moderno existe no mercado. Já tivemos administradores, médicos, agropecuaristas e até prefeitos. Nunca, porém, tivemos uma mulher prefeita. Quero apenas uma oportunidade para mostrar ser preciso ter sensibilidade. Não estou sozinho. Conto com o apoio do meu vice, o engenheiro civil Gláucio Serafim Júnior, que vai ser de grande importância na transformação de nossa cidade (para melhor). Vamos juntos escrevermos uma nova história em Imperatriz. Cuidaremos das famílias e das pessoas que moram em nossa querida cidade.  


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