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12/10/2022 às 08h31min - Atualizada em 12/10/2022 às 08h31min

Crescimento do PIB mais que dobra em três meses, projeta CNI

Impulsionada pelos resultados da indústria, previsão de aumento do PIB sai de 1,4% em julho para 3,1%. Inflação deve fechar o ano em 5,9%

Álvaro Couto
Brasil 61
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

  
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta terça-feira (11), uma nova projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022. De acordo com o Informe Conjuntural do 3º trimestre, a instituição espera um crescimento da economia de 3,1%, ante uma expectativa anterior, de julho, de alta de 1,4%.

Para a entidade, foram cinco os principais fatores para essa revisão positiva do crescimento da economia brasileira: melhora no mercado de trabalho, aumento do crédito, maior impulsionamento fiscal com mais gastos dos setores públicos, crescimento das exportações e normalização do fornecimento de insumos. 

“Todos esses componentes se traduzem num aumento da massa salarial real da população, que é o que as pessoas têm de dinheiro, no total, para fazer as compras. Isso aumenta o consumo”, explica Mário Sérgio Telles, gerente executivo de economia da CNI.

A taxa de ocupação da população é medida pelo Ministério do Trabalho e da Previdência. No último balanço, divulgado no último dia 30, identificou-se 99 milhões de pessoas ocupadas, no trimestre encerrado em agosto, e uma taxa de desemprego no país que caiu para 8,9%, o menor patamar desde o trimestre encerrado em julho de 2015. 

Desta forma, a expectativa da entidade para a taxa de desemprego média no ano caiu de 10,8% para 9,3%, e a expectativa de crescimento da massa salarial real passou de 1,6% para 5,1%, beneficiada também pelas recentes quedas da inflação. Para as exportações, a CNI calcula um superávit da balança comercial de US$ 51,3 bilhões para 2022.

PIB da indústria

A expectativa de alta para o PIB industrial também aumentou: de 0,2% passou para 2% neste ano. Esse movimento de crescimento da indústria foi impulsionado por dois setores específicos: o da indústria de transformação e o da construção civil. 

No primeiro, houve uma inversão da expectativa, que em julho era de queda de 1,5% e agora passou para um crescimento de 0,6% do PIB. Isso se deu, segundo Teles, pelos mesmos fatores que corroboram com a previsão de alta do PIB como um todo, “e também o impulso fiscal que vai ser maior no segundo semestre, que gera demanda para o setor industrial”, projeta.

No setor da construção civil, o cenário é ainda mais animador: de alta de 2% em julho, passou para 7% no relatório atual. O ramo foi impulsionado pela reformulação e ampliação do Casa Verde e Amarela, programa de financiamento à habitação do governo federal, conforme indica o relatório da entidade. “Aumento da projeção de crescimento da indústria de transformação e aumento da projeção de crescimento da construção civil é o que explica esse movimento na projeção de crescimento da indústria como um todo”, aponta Teles.

Inflação

O Informe Conjuntural revisou também a inflação para 2022, prevendo que o ano termine com uma taxa de 5,9%. Queda essa influenciada tanto pela desoneração tributária de serviços e produtos como energia, combustíveis e telefonia, quanto pelo arrefecimento na alta dos preços dos insumos industriais e de alimentos.


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