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23/09/2022 às 23h44min - Atualizada em 23/09/2022 às 23h44min

Até o dia 2 nada muda

Phelippe Duarte
 
Estamos chegando na reta final das eleições 2022, onde notamos que a verdadeira briga política desta vez está entre os seguidores dos políticos postulantes ao maior cargo do país. Os militantes de Lula x militantes de Bolsonaro, estão sendo a grande atração diária, de uma disputa que se mostra cada vez mais pessoal do que social. É como costumo dizer: quem tem político de estimação, apodrece o sufrágio. Numa eleição em que ninguém muda de pensamento, vemos um Ciro Gomes sofrendo pelas beiradas para ser o homem que deseja entrar na cabeça dos bolsonaristas e lulistas. Fadado ao fracasso, Ciro consegue apenas expor o que sempre faz a cada corrida eleitoral: é convincente apenas para si mesmo, e nada mais.

Outra análise, trazendo mais para o nosso pleito regional, é que pela primeira vez notei um marketing preguiçoso dos deputados, tolhido e mal direcionado, em uma época em que está muito mais explícito, surfar na onda dos candidatos dragões para conseguir o que se quer. Não aguento ver foto de candidato olhando para o nada, para o tal do horizonte, querendo personificar de um jeito fotogênico, cheinho de filtros e photoshop, que está olhando para a esperança, para dias melhores. Eu vejo que não dá pra confiar em quem não te olha nos olhos. Uma foto olhando para o canto do banner, só faz meu dedo indicador correr para outro número no dia da eleição. Candidatos novos também não estão surpreendendo: a falta de conteúdo é absurda para mudar a cabeça do eleitor, que desde sempre sabe em que vai votar. A mesmice reina na tv aberta- lutarei pela educação, saúde e esporte- há tantos anos candidatos de todo tipo defendem essa bandeira, que a educação a saúde e o esporte, ficam piores de quatro em quatro anos. Nunca vi tanta gente sem o que dizer, sem o que falar. Bolsonaro: Lula é ladrão. Lula: Bolsonaro é ignorante, fascista. Ciro: é o Ciro.

A minha animação neste ano eleitoreiro é quase idêntica ao pessoal que fica balançando bandeiras de candidatos, sem nenhum tipo de esforço ou alegria. É um desânimo tão irritante, que até o sorriso do candidato murcha na bandeirola. Eu estou como eles: desanimado com o pobre conteúdo, com a mesmice que reina e com a intolerância ignorante dos amantes de políticos. Venera-se um lado, não o todo. Inquieta-se pelo político, não pela situação política. O Brasil está doente, as urnas serão testemunhas de que marionetes votam. Na reta final da campanha presidencial, as pesquisas por mais que sejam duvidosas detalham que Bolsonaro pode perder a eleição para um candidato que só existe, por sua incompetência de mudar a cabeça do eleitorado nordestino e de passar uma imagem mais confiável como chefe do executivo nacional. Por aqui, Lula tem uma base de 20 milhões de votos. O povo ama o político, não o que ele fez. Simpatia da qual Bolsonaro não conseguiu destruir, imagem esta que ele, não se esforçou em atingir, dando preferência a atacar as urnas brasileiras, o que parece um sentimento de medo, ou uma forma de bagunçar o país e sua democracia bebê. Bolsonaro quer discutir e estremecer o Brasil, e esqueceu de desmistificar Lula da cabeça do povo. Ao questionar a veracidade das urnas que o tanto o elegeu como deputado federal e como presidente, Bolsonaro dá uma de Donald Trump, sendo aquele cara que não aceita uma derrota e morre atirando. Sendo o cara que não respeita a opinião do povo se não for a favor dele mesmo, e vocifera bobagens pela boca com a força de uma catarata do Iguaçu. O Brasil precisa de conteúdo, de pessoas para o povo e não para si. As pessoas precisam do sistema por elas e não elas, pelo sistema. Numa época em que os eleitores são a atração das eleições, e o baixo conteúdo é idolatrado, todo cuidado é pouco, para que o resultado das urnas, não transforme o nosso país em uma praça de guerra. Deixem eu ir acolá, cuidar da educação, do esporte e da saúde. Até.

Phelippe Duarte – administrado e publicitário
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