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26/08/2022 às 23h16min - Atualizada em 26/08/2022 às 23h16min

O DOIDO, O FALASTRÃO E O CHURRASQUEIRO

Phelippe Duarte
 
Os debates presidenciais feitos pelo Jornal Nacional deixaram as redes sociais alucinadas. Os temas, as perguntas, as insinuações, tudo feito para que o programa de maior audiência do país, levasse aos lares brasileiros tudo aquilo que nós queríamos saber, ou para os fanáticos, o que queriam evitar de saber. E mesmo sabendo de coisas ruins, os fanáticos ignoram. A entrevista que virou um debate sem nenhum benefício ao eleitorado, entre Bolsonaro e William Bonner, parecia mais uma queda de braço no melhor estilo Falcão, o Campeão dos Campeões, filme de Sylvester Stallone dos anos 80. Bonner não chegou sequer a perguntar sobre avanços do país no governo bolsonarista, nem tão pouco sobre a dificuldade do presidente em subsidiar auxílio emergencial numa época escura da pandemia. O foco do jornalista, foi dissertar sobre as falas do presidente contrárias ao sistema de votação nas urnas, o fato dele estar próximo ao Centrão, e por que Bolsonaro ainda insistia em ser contra a vacinação. Em uma realidade distante do que poderia ser uma entrevista, abordar temas para desestabilizar a imagem do presidente, não funcionou. Renata Vasconcelos lembrou o episódio em que Bolsonaro disse que, quem tomasse a vacina, poderia virar jacaré ao invés de perguntar sobre economia, saúde, infraestrutura. Muitos esperavam um Bolsonaro agressivo com os questionamentos, mas o presidente saiu-se muito bem. Em uma de suas melhores respostas, afirmou que era impossível governar sem o centrão, algo que para ele antes, fazia parte de promessa política: a de não se envolver. Hoje ele sabe muito bem que na política democrática, não se governa sozinho. Chamado de candidato o tempo inteiro pelos jornalistas, também não se incomodou. Parecia estar em casa, online, respondendo de forma clara e tranquila. Por um momento, pensei que a baixaria comeria solta, quando Bolsonaro de cara, disse que Bonner estava praticando Fake News. Ou quando ele retrucou perante uma constatação do jornalista, que relembrou quando ele dizia que jamais governaria com centrão. A resposta? ‘’Aí você tá me incentivando a ser ditador! Como vou governar sem o congresso?”  Meu parecer é que faltou mais conteúdo sobre o país, focando apenas na pessoa do presidente e suas falas malucas. Um debate de nível, mas não uma entrevista esclarecedora. Não mudou em nada o amor dos fanáticos pelo presidente, como também não mudou em nada, o ódio dos fanáticos contra a Globo. Agora Luis Inácio, entrevistado da quinta feira, como sempre, sabe usar bem o lado pessoal a seu favor. Falando em cervejinha, picanha, futebol e outras comparações que lhe é peculiar, Lula conseguiu esquivar-se das provocações de Bonner sobre corrupção. Lula é bom de papo. Dá vontade de tomar uma gelada com ele. Como político é a última coisa da qual esse país precisa. Porém, Lula dá sinais de cansaço e de confusão mental em certas situações. Afrontado sobre o repúdio do agropecuarista para com ele e o PT, Lula chamou-os de fascistas de direita. Se a sua imagem estava arranhada para o agro, terminou de virar bosta de gado de vez. Nesse curral eleitoral, o efeito contrário a Bolsonaro e a Lula, nunca cairá nas mãos de Ciro Gomes, que não tem empatia com o povo brasileiro. Ciro é daqueles políticos que deveriam viver de palestras e não de comandar uma nação. Lá no seu Ceará, ele ganha como quiser e quando pretender. Sua ambição de ser presidente, não comove nem a ele próprio em certas ocasiões. Estamos a alguns dias das eleições, e se o debate ao vivo ocorrer com a presença de Bolsonaro, Lula e Ciro Gomes, pode preparar o churrasco, pois será o evento do ano. Até imagino: Bolsonaro: Ladrão! Almofadinha! Lula: fascista, ditador! falastrão! Ciro: na complexidade da economia paradoxal, fincada na estrutura dogmática situacional brasileira... Bonner: Renata volta aqui, por favor!

 Que Deus nos proteja.

 Phelippe Duarte - administrador e publicitário
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