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12/08/2022 às 18h57min - Atualizada em 12/08/2022 às 18h57min

PAIS DA NOVA GERAÇÃO

Phelippe Duarte – administrador e publicitário
 
É tanta coisa ao nosso redor que ficamos inaptos em certos momentos, quando precisamos apenas pensar no simples. Imaginando vida, em memórias perdidas, celebro hoje mais um Dia dos Pais, sendo pai e sem pai. Observo cada detalhe dessa geração que acontece no país e no mundo, e mentalizo:  tem gente precisando de umas tacas e uns gritos de pai por aí. É muita babaquice misturada com ociosidade, muita rede social ofuscando o ser humano como é, ou mostrando realmente, como são, mesmo que por trás de uma tela. Receio, medo e anseios, assim me identifico com essa geração sem pai ou com pai de WhatsApp (quase-sem pai). Preocupações inerentes a minha cabeça rodeiam questões políticas, sociais e por que não, esportivas. Afinal, virou esporte discordar de uma opinião sem respeitá-la. Num mundo de pais de WhatsApp, o sentimento ficou meio bloqueado numa tela sem emoções. Figurinhas de bom dia, boa tarde e boa noite, tiram o beijo na mão da benção, o sorriso no rosto do café da manhã, o abraço apertado que acalenta os sonhos... o pedir dinheiro para sair e tomar aquela bronca do cuidado, virou um Pix seguido de um ‘’ td bm” ‘’ok”. Renato Russo, o maior poeta da história deste país sem pais atualmente, conseguiu transpor sentimentos atuais da sua época, que valerão eternamente. Não há uma vez que não me emocione ainda, ao escutar: ‘’ É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há” E é basicamente isso, na verdade, o que vemos hoje, é que não há. Não há compaixão, amor, entendimento. Não há criatividade, respeito. Meu pai e seus amigos, eram diferentes. Eu vivi ao máximo o romantismo do final dos anos 80 e intensamente os anos 90, e sou prova de que antes, as pessoas cultuavam o romantismo não na concepção do amor, mas na convivência única do ‘’ frente a frente”, claro, na medida do possível. Não é saudosismo pelo que vivi. É vontade de ver as coisas como devem ser, corretas. AH, PHELIPPE, O QUE É CORRETO?  É acreditar que tudo vai dar certo, dar beijos, abraços, sentir-se seguro mesmo num chão de incertezas. É saber que mesmo você não tendo o devido valor, somente você pode ser melhor, como pessoa, como pai, como filho, como um amigo, marido e irmão. O correto é ser incorreto com o que prega a geração atual. 

E nesse mundo de incertezas e certezas órfãs, nós apelamos e clamamos por Deus. Este mesmo Deus, que às vezes não buscamos e não agradecemos. Portanto, vamos agradecer. Agradeça ao seu pai ausente, ao seu pai presente, ao seu pai de WhatsApp ou ao seu pai de criação. Não é fácil ser pai como também não é difícil tentar ser pai todos os dias. Aos meus filhos, Benício e Helena, obrigado por me tornar uma pessoa melhor em diversos aspectos, com todos os meus defeitos, mas evoluindo constantemente. Sem vocês eu ainda estaria morando com minha mãe. Pelo menos, não falaria tanto pelo WhatsApp com ela! Sou refém da minha própria crítica.

Feliz Dia dos Pais a todos, em especial ao meu pai, que em 2009 foi levado por Deus. Este mesmo Deus, que me traz ele todos os dias em pensamento. WhatsApp enviado aos céus com sucesso. 

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