MENU

05/08/2022 às 16h11min - Atualizada em 05/08/2022 às 16h11min

UFMA promove II Simpósio Internacional de Intervenção Precoce na Infância

Alan Veras
UFMA
Foto: Sansão Hortegal
 
Discutindo o tema “Diálogos inclusivos: os desafios profissionais para atuar frente à diversidade”, o II Simpósio Internacional de Intervenção Precoce na Infância foi iniciado nessa quinta-feira, 4, com o objetivo de evidenciar a temática e promover formação ampla em caráter multidisciplinar, envolvendo profissionais da educação, saúde e assistência na compreensão sobre as demandas vivenciadas por crianças com algum risco ao seu desenvolvimento e sobre seus respectivos contextos familiares. Promovido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Especial na Educação Básica (Gepeesp) da UFMA, o evento ocorre até esse sábado, 6, no Centro Pedagógico Paulo Freire, na Cidade Universitária Dom Delgado.

Segundo a professora do Departamento de Educação Física Lívia da Conceição Costa Zaqueu, uma das coordenadoras do Simpósio, que possui longa experiência na educação a pessoas com deficiência, o evento discute e ressalta a importância da implementação de políticas públicas em prol da educação inclusiva. “Nós sabemos quanto é importante um profissional estar preparado para que possa intervir com crianças que estão com algum risco ao seu desenvolvimento. Essa área da intervenção precoce na infância, antes de ser uma área de estudo, é uma política que precisa ser implantada no Brasil com responsabilidade, pois ainda não temos uma política firme, temos ações isoladas e queremos congregar as áreas que são importantes para que possamos oferecer e produzir uma evidência, habilitar o país a fazer políticas com responsabilidade”, explicou.

A professora também alerta para casos nos quais ainda há déficit de assistência, como, por exemplo, para as crianças com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). “A pessoa que tem TDAH ainda não é alcançada por muitas políticas educacionais: para o aluno surdo, a Lei garante a presença de um intérprete; para um aluno com deficiência visual, a legislação já ampara com recursos próprios, tecnologias apropriadas e atendimento específico; mas, para o aluno com TDAH, ainda não há, poderia ter um psicopedagogo orientando os professores e proporcionando trabalho colaborativo”, analisou Lívia Zaqueu.

Durante o evento, houve a apresentação do coral “Mãos que realçam sentimentos”, da Escola Municipal Bilíngue de São Luís, que interpretou músicas regionais na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Na ocasião, todos os presentes na mesa de abertura se apresentaram realizando uma autodescrição, tornando o momento mais acessível.

Entre os presentes na mesa de abertura, o vice-reitor da UFMA, Marcos Fábio Belo Matos, destacou que o evento engrandece a Universidade em decorrência do seu papel como difusora de conhecimento e de políticas públicas. “A temática da inclusão precisa cada vez mais sair e ganhar as ruas, um evento como este funciona como um ponto de discussão, teorização e troca de experiências, que é o que nós desejamos. E que possa gerar frutos para engrandecimento de políticas públicas àquelas pessoas que necessitam, todas as crianças precisam de oportunidade”, disse.

A palestra de abertura foi ministrada pelo psicólogo e professor da Universidade de Évora, em Portugal, Victor Daniel Ferreira Franco, que pontuou que o evento coloca a Universidade em outro patamar, na rede de instituições que estão fazendo reflexão e pesquisa sobre o que haverá de novo na intervenção precoce e para o futuro da área. Victor Franco comentou que o Brasil está em processo de mudança, com a estimulação precoce mais centrada na família, como é o caso da Casa de Apoio Ninar, em São Luís.

“No cuidado com as crianças com transtorno de desenvolvimento, estamos em um momento de mudança muito grande em que tínhamos uma forma de fazer o acompanhamento das crianças em um modelo essencialmente médico, e que há um diagnóstico e depois se procura qual o tratamento, mas, atualmente, começa-se a pensar que a criança é muito mais do que isso, é a educação, o contexto, são os problemas sociais da família, e tudo isso é para vida toda. Deve-se pensar dessa forma, nas mudanças e nos desafios e o que isso vai trazer para as escolas, aos serviços de saúde e às próprias famílias, a fim de se sentirem mais capazes e competentes para o desenvolvimento dessa criança”, explicou.

A programação conta com a realização de minicursos, palestras, apresentações de trabalhos, debates e mesas temáticas. Estão confirmados os nomes de doze palestrantes convidados de instituições nacionais e internacionais. No sábado, 6, além das palestras, o Simpósio contará com o lançamento do caderno pedagógico de “Práticas Pedagógicas no Ensino da Matemática com o Multiplano”. No encerramento, haverá premiação das apresentações orais e pôsteres. Para mais detalhes, acesse a programação disponível no site do evento. 

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »