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29/07/2022 às 17h09min - Atualizada em 29/07/2022 às 17h09min

Pesquisa coordenada por professora do Câmpus Balsas avalia risco ecotoxicológico e à saúde humana na bacia do Rio Parnaíba

Alan Veras
Imprensa/ Ufma
Foto: Divulgação
 
A avaliação de risco ecotoxicológico é um meio utilizado para estimar o perigo que um resíduo ou contaminante possa causar ao meio ambiente e à saúde humana. Com o objetivo de avaliar os potenciais impactos ambientais de pesticidas à vida aquática e à população do entorno da bacia do Rio Parnaíba, foi realizada, de 11 a 15 de julho, a primeira coleta de dados do projeto de pesquisa “Avaliação de risco ecotoxicológico e à saúde humana na bacia hidrográfica do Rio Parnaíba, área transicional do cerrado e Amazônia maranhense”.

A pesquisa é coordenada pela professora Débora Batista Pinheiro Sousa, do Departamento de Engenharia Ambiental do Centro de Ciências de Balsas, e tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema). Nessa primeira etapa, os pesquisadores navegaram no trecho do rio que banha o município de Tasso Fragoso, a 141 km de Balsas, em que foram coletados água e solo para avaliação dos dados abióticos e organismos vivos, como o peixe mandi (Pimelodus sp.), o mais comum na região e o mais consumido pela população ribeirinha.

Segundo a coordenadora da pesquisa, o trabalho inédito visa avaliar se há contaminação por resíduos dos pesticidas, já que há fatores que indicam poluição, tendo em vista que a região do município de Balsas e Tasso Fragoso se destacam pelo agronegócio, sendo a maior região produtora de soja do Maranhão. Além disso, a pesquisa também tem o intuito de conhecer a biodiversidade da região.

Além da UFMA, o projeto se expande por outros trabalhos e instituições, tendo a participação do professor Adalberto Luís Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); da professora Raimunda Fortes, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema); do professor Aderlanio da Silva Cardoso, da UFMA; do professor Jonatas da Silva Castro, bolsista de fixação de doutor da Fapema; e da mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade da Uema, Rayssa Guimarães Rosa.

De acordo com Rayssa Guimarães Rosa, que desenvolve sua dissertação de mestrado sobre o tema e participou da ação em campo, a coleta foi realizada em três pontos do rio, distantes cerca de 40 km entre si. “Para avaliação desses dados, serão feitas a análise dos parâmetros físico-químicos da água; a quantificação de pesticidas nas três matrizes; a determinação de fatores como de bioacumulação – FBA, potencial biota-sedimento-acumulação – BSA; o cálculo do potencial de risco ecológico e de unidades tóxicas causado pelos resíduos de pesticidas; e, ainda, serão estimados os potenciais riscos cancerígenos e não cancerígenos dessas matrizes contaminadas para a saúde humana”, explicou.

A previsão é que, em janeiro, seja realizada uma nova coleta, nos mesmos três pontos anteriores, para comparação de parâmetros conforme as diferenças do tempo seco e chuvoso.

Rio Parnaíba
Com suas nascentes na Chapada das Mangabeiras, a bacia do Rio Parnaíba se destaca, em quase toda sua extensão, pela divisa do Maranhão e Piauí. O rio, com mais de 1.400 km, abrange, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), uma área de 333.952 km², dos quais 20% estão inseridos no Maranhão, 75% no Piauí e 5% no Ceará, alcançando 227 municípios e cerca de 5 milhões de habitantes. 

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