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26/06/2022 às 18h03min - Atualizada em 26/06/2022 às 18h03min

Mulheres guerreiras que atuam na Polícia Militar do Ceará comemoram 28 anos de atuação na Corporação

No dia da Policial Militar Feminina do Ceará, a SSPDS homenageia as mulheres que integram a instituição

Da Redação
Ascom-PM/CE

  
“Raça de fortes, povo de bravos”, eis um trecho da canção da Polícia Militar do Ceará (PMCE) que mostra exatamente a postura da mulher dentro da instituição. Com representantes em todos os postos e graduações, a policial feminina se destaca no serviço policial militar, mostrando que exerce a atividade com competência, sem perder sua feminilidade. O dia 26 de junho foi decretado como Dia da Policial Militar Feminina do Ceará. Dessa forma, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) aproveitou a data para homenagear essas guerreiras que compõem os quadros da corporação há 28 anos.

A figura feminina passou a integrar a PMCE em 1994 e o legado das pioneiras serve de exemplo até hoje. A capitão PM Liana Rodrigues, atualmente lotada na Casa Militar, decidiu ser policial por influência de familiares que já faziam parte da corporação. “Escolhi ser policial militar após ver o trabalho de uma tia, que hoje é tenente-coronel, a TC QOPM Ires. Sinto-me extremamente honrada e grata a Deus pelo mister que exerço de servir e proteger a população alencarina. Desejo a todas as policiais militares femininas cearenses que sejam muito felizes e realizadas em cada uma de suas missões”, ressalta a oficial.

Além de servidora pública, as policiais militares são filhas, mães e esposas. Um exemplo dessa mulher que exerce diversas funções na rotina diária, é a cabo PM Socorro Cunha. Para ela, a dupla missão de ser mãe e policial militar é algo gratificante. “O poder de gerar vidas nos faz refletir sobre o mundo que queremos ter e deixar para nossos filhos, orientando e ensinando quais caminhos seguir. Já com relação ao exercício policial militar, é em muitas vezes, bem mais árduo, pois o meu trabalho interfere e reflete na vida de muitas pessoas. Ao desempenhar essa dupla jornada com afinco, acredito que estamos contribuindo para um bem-estar de toda a sociedade”, afirma a militar que exerce suas funções no Quartel do Comando-Geral.

Novos desafios são lançados todos os dias na vida dessas mulheres e, para a aluna soldado Júlia Mendes, uma das mais novas integrantes da PMCE, o desafio é ainda maior, pois está concretizando a realização de um sonho. “Hoje estou realizando o sonho de ter sido aprovada no concurso da Polícia e agora vou passar pelo curso de formação, que será uma grande batalha, mas também uma grande vitória. Vejo-me realizando um sonho e vivendo um momento inesquecível, estou muito feliz e ansiosa. As expectativas são as melhores e estou pronta para somar com o time que já está nas ruas hoje e vamos servir e proteger todas as pessoas que estão esperando por nós”, falou a futura policial militar emocionada.

Há 28 anos servindo e protegendo a sociedade cearense

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Como é ser Policial Feminina?

Certas perguntas podem ser desconcertantes. Peguei-me às voltas em reflexões com esta. É quase como perguntar para o peixe como é o mar. O mar desta instituição me envolve e ajuda a me dar vida há 28 anos! Essa Instituição me constitui do tornozelo ao pescoço por mais da metade da minha existência, então, ser policial feminina é ser consciente desse mar que me envolve com suas marolas e turbulências, suas dores e delícias.

Ser policial feminina por 28 anos exige grande capacidade de aprendizado constante: aprender a comandar, a ser gestora, a motivar, a fazer complexas leituras de cenário e propor soluções, a desenvolver alto grau de objetividade, transitar na dureza da segurança pública de uma grande metrópole, a usar com técnica EPIs e armamentos, mas, sem dúvida, o maior desafio e aprendizado é aprender a conviver num oceano majoritariamente masculino, apresentar um trabalho significativo e fazê-los bons companheiros de trabalho.

Demandas profissionais, tantos outros papéis como maternidade, família, amigos, estudos e o exemplo de tantas mulheres fantásticas que me precederam, abriram caminho para que eu me tornasse a mulher que sou, como afirma Beauvoir, a quem espero honrar e reverenciar, assim como Hipácia, Safo, Currie, Davis, Parks, Kalho, Maria da Penha, Irmã Dorothy, Nise da Silveira e outras tantas estrelas, que a melodia ao pronunciar seus nomes tragam-nos a memória de tanta coragem e resistência para que eu também possa ser uma referência de possibilidades para outras mulheres. Não uma referência impossível ou soberba, mas uma miscelânea das pequenas conquistas pintadas com as cores do cotidiano.

A receita para se tornar mulher? Não há caminho pronto, ele se faz ao caminharmos, mas a sensação mais próxima para descrever tais conquistas é o passo a passo de uma das atividades que mais gosto de fazer hoje: tecido acrobático. Aprende a subir, sobe muito alto, aprende a manipular o tecido com técnica, mantém o equilíbrio, seja flexível, faça bons nós, faça a coisa certa, ouça os mais experientes e tenha coragem e se jogue! Caia em pé, sentada ou de cabeça pra baixo, mas se sustente, confie no seu corpo e aprenda!

E por último, tenho um sonho: que sejamos reconhecidas pela competência e dignidade que temos, que não se mate e nem se faça sofrer mais nenhuma mulher pelo fato de se ser quem se é!

Vencendo obstáculos e superando a si mesma todos os dias


Desde criança somos incentivadas a escolher uma profissão, seja médica, comissária de bordo, estilista ou advogada. Quando crescemos, podemos decidir ser o que quisermos e eu escolhi ser policial militar. Aprendi a utilizar uma arma de fogo, a valorizar o meu uniforme e, com muito esforço, conquistei a missão de proteger o meu Ceará. Muitas vezes fui questionada, desafiada e algumas pessoas duvidaram da minha capacidade. Mas hoje, estou realizada por ter alcançado essa posição da qual sinto tanto orgulho.

Primeiramente vivenciamos a angústia da preparação para prestar um concurso público. Depois, a alegria da aprovação, seguido do desafio de concluir o curso de formação. Finalmente, depois de alguns meses de um intenso treinamento, estamos prontas para o cumprimento da missão. Mulheres guerreiras, que desempenham papéis em diferentes setores dentro da corporação, sempre com o objetivo de proteger o cidadão. Seja em uma viatura, em motocicletas, em bicicletas, policiamento a pé, montado ou serviço administrativo, em todos os lugares da Polícia Militar do Ceará (PMCE) existe uma mulher.

Assim como eu, minhas superiores e colegas de trabalho, também passaram por momentos desafiadores, principalmente àquelas que são mães, esposas e que precisam conciliar diversos turnos entre sua jornada de trabalho e sua vida particular, mas todas nós vencemos e hoje somos policiais militares do Ceará. Ver o empenho de todas essas mulheres e tê-las como exemplo é algo que me alegra, pois, nos meus oito anos de Polícia, tive a oportunidade de trabalhar com várias dessas mulheres empoderadas, cheias de disciplina, garra e conhecimento.

Ter a oportunidade de trabalhar com a policial feminina mais antiga e poder ministrar instrução para a mais moderna, me faz crescer como profissional e como pessoa. Poder repassar o conhecimento que conquisto a cada serviço, e poder aprender a cada nova experiência, é algo inenarrável. Admiro sim, todas as mulheres que estão na PMCE, assim como todas aquelas que estão chegando, pois sei o quanto é encantador e desafiador, estar desse lado. Parabéns policiais militares femininas da Polícia Militar do Ceará, por seus 28 anos de atuação na Corporação.

Somos filhas, mães, esposas, estudantes, profissionais, mulheres guerreiras e policiais militares!

Breve Histórico



O policiamento feminino na Polícia Militar do Ceará teve início com a criação da Companhia de Polícia Militar Feminina da PMCE nos termos dos artigos 154 e 155 da Constituição Estadual e pela Lei nº 11.035, de 23 de maio de 1985, porém, sua implantação se deu somente em 1994 com a publicação do edital nº 011/94 da Diretoria de Ensino da Corporação que deu início ao processo de seleção através de concurso público, para recrutamento, seleção, matrícula e admissão aos Cursos de Formação de Oficiais, Sargentos e Soldados femininos.

O coronel PM Manoel Damasceno de Sousa, comandante-geral da PMCE à época, solicitou ao comandante-geral da PM do Distrito Federal (Brasília), a cessão de policiais militares femininas daquela instituição para que fosse iniciada assim a formação profissional das novas policiais haja vista que a PMCE não dispunha em seus quadros ainda de tal efetivo.

A missão coube às policiais: capitão QOPMF/PMDF Solange da Silva Rezende, 2º tenente QOPMF/PMDF Priscila Riederer Rocha e a 2º sargento QPPMF/PMDF Vânia Ferreira Sabino, que em 26 de junho de 1994, iniciaram a formação de dez oficiais, vinte sargentos, cem soldados combatentes e quatorze musicistas, na Academia de Polícia Militar General Edgard Facó, comandada inicialmente pelo Cel. PM Celso Augusto Medeiros e posteriormente pelo tenente-coronel PM Francisco Célio de Freitas.

Os primeiros comandante e subcomandante da Companhia PMFem, respectivamente, foram, na época, major PM Francisco Carlos Francelino Mendonça e a 2º Tenente PM Cléa Pontes Medeiros Beltrão.


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