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15/10/2020 às 00h00min - Atualizada em 15/10/2020 às 00h00min

Morre João Alves Peixoto, aos 86 anos

Conhecido por “Comendador”, ele era apaixonado por política e Imperatriz, debatendo o dia a dia da cidade

Raimundo Primeiro
Mestre João falava muito sobre o cotidiano de Imperatriz - Foto: Divulgação

Havia três meses, Mestre João, como era mais conhecido o “Comendador”, por gostar de diversos assuntos, principalmente temas relacionados a política, doente, reclamava falta de apetite, não demonstrando, assim, vontade de alimentar-se.

Adoentado desde 31 de maio, no sábado, 10 de outubro, Mestre João, com crise, teve de ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Rafael, em Imperatriz.

Na madrugada desta terça-feira (13), porém, o conselheiro combatente não resistiu. Era duas 2h da madrugada, quando Mestre João veio a óbito. Motivo da morte: Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O velório de Mestre João aconteceu na Funerária Liv, situada na rua Bom Jesus, 117, Centro. O corpo do “conselheiro político”, foi sepultado no Cemitério da Vila Cafeteira, no final da tarde desta quarta-feira.

Mestre João partiu, deixando um legado de amigos. Pessoas com as quais compartilhava ideias e opiniões.

 Além da viúva, Maria Edna Bezerra da Silva, com quem foi casado durante 50 anos, Mestre João deixou uma neta, Clara Gabriela.

Trabalhador desde cedo, João Alves Peixoto fez de tudo um pouco para vencer na vida. Dizia não se arrepender de nada. Trabalhara com dignidade. “Derramando muito suor”.

Mais conhecido por Mestre João, ele aniversariou no sábado, 1º de junho. Completara, na data, 86 anos, com o mesmo vigor que marcara a sua vida, desde cedo, de menino, nos diversos lugares pelos quais teve de andar. Na busca por conseguir espaço.

Mestre João nasceu perto do meio-dia, às 11h45, talvez ávido por comida e/ou por conhecer logo as coisas. Enfim, vir ao mundo, fazer amigos, coisa que sabia conquistar [e muito bem], orientar, mostrar caminhos... Mestre João era assim: misto de amizade e conselheiro.

Data de nascimento do “sábio popular”: 1934, ano de promulgação da terceira Constituição do Brasil e a segunda da República, período em que o presidente do país era Getúlio Vargas.

Até recentemente, antes de adoecer, Mestre João permanecia atuante e, principalmente, bem informado. Todas as manhãs, antes de iniciar suas atividades profissionais, ficava por dentro dos acontecimentos por meio da leitura diária de O PROGRESSO, que chegava até ele por intermédio do jornaleiro.

Mestre João era leitor assíduo de O PROGRESSO, conforme lembrou na manhã desta quarta-feira (14) o jornalista Coló Filho, editor do jornal.

Os pais de Mestre João, Justino e Leonarda Batista Vieira, a dona Santa, tiveram mais dois filhos – Aldeni e Adelson.

Mestre João teve de passar por altos e baixos para conseguir conquistar posição, sempre trabalhando, fazendo amizades e buscando o bem. Uma pessoa que animava as outras, querendo sempre o bem do semelhante.

Mestre João não escondia ao afirmar gostar de Imperatriz e de seus habitantes. Ele nasceu em Juazeiro do Norte (Ceará), saindo de lá aos 20 anos.

Ao deixar a sua Juazeiro do Norte, Imperatriz, porém, não foi sua primeira opção. Mestre João teve de residir, durante cinco anos, em Serra Talhada (Pernambuco), onde continuou os estudos e concluiu o Curso Ginasial.

A dura realidade de nordestino fez Mestre João realizar várias atividades até decidir mudar de vida e aprender a “arte” de sapateiro, ou seja, consertar/restaurar calçados, profissão que exercia com esmero até bem pouco tempo, em sua oficina, localizada na rua Luís Domingues, Centro de Imperatriz.

Mestre João chegara ao Maranhão em 1959, morando, durante oito anos, em Codó. Depois, durante anos, residira em Bacabal. Lá, conheceu Maria Edna Bezerra da Silva, com quem se casou. Constituiu família.

Para Imperatriz, viera em 1983. Aqui, conquistara amigos. Prosperara, enfim, “mudou de vida”. Por gostar de política, 5 anos depois, disputou o cargo de vereador. Foi em 1992.  

Mestre João não conseguiu se eleger vereador, mas sempre se mantinha atualizado sobre os assuntos inerentes ao dia a dia da Câmara e da Prefeitura Municipal.

Em reconhecimento a sua luta e, sobretudo, ao seu amor para com Imperatriz, recebera o Título de Comendador Municipal, através da Comenda Frei Manoel Procópio.


O QUE DISSERAM SOBRE MESTRE JOÃO...

“Descanse em paz Mestre João. Registrar o senhor era sempre uma experiência única”. (Samuel Sousa)

“Tive a oportunidade de ter bons diálogos com o Mestre João sobre a política imperatrizense. Meus sentimentos aos seus familiares”. (Carlinhos Amorim)

“Nossa! Perda para nossa Imperatriz. Gravei parte da história dele em material para TV e impresso”. (Hemerson Pinto, jornalista)

“Descanse em paz Mestre João”. (Francisco Brandão, cerimonialista)

“Um homem que soube fazer amizades. Falava com propriedade sobre a cidade e os assuntos político”. (José Carlos Soares Barros, presidente da Câmara Municipal de Imperatriz)

“Deus o acolha no céu”. (Rodrigues da Silva)    

“Meus sentimentos, que Deus o tenha”. (Edson Lima)

“Ótimo profissional e ótima pessoa. Descanse em paz, Sr. João”. (Aldoraya Singer)

“Que Deus conforte familiares e amigos”. (J. Ribamar Alves)


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