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04/04/2022 às 23h01min - Atualizada em 04/04/2022 às 23h01min

A Psicologia está em todo lugar

Ismael Souza
Antes de tudo, gostaria de agradecer a casa pelo espaço. Meus pais foram jornalistas desta organização e lembro com muito carinho do cheiro de tinta, papel e “tec tec” dos teclados das máquinas de escrever, não por coincidência, herdei a nobre profissão também. Uma outra era. Um muito obrigado ao Elson Araújo (cronista de mão cheia), do qual o infernizei para esta empreitada e que fez a ponte por mim. Obrigado ao diretor, Sergio Godinho e ao editor, Coriolano Filho. Para quem não me conhece, sou Ismael Souza, apelidado de “Isma”, jornalista e psicólogo em construção. Sou militante da saúde mental e da cultura popular (cinema, quadrinho, música, etc.) como ferramentas de psicoeducação. Terminado as apresentações, alerto: Esta é uma coluna de psicologia e cultura popular.

Mas afinal, o que é psicologia? Em miúdos, é a ciência que estuda o comportamento humano e seus processos mentais. Assim como quase todas as ciências, os primeiros “profissionais” da área eram os filósofos: Sócrates, Platão e Aristóteles foram alguns dos pensadores que deram o pontapé inicial e por muitos anos, Psicologia e Filosofia eram sinônimos e senão, considerada a mesma coisa até o século XIX. Todos estes pensadores e “proto-psicólogos” discutiam a mente, onde ela estava, o que era, como se pensa.Todavia, como as demais ciências (astronomia, física, biologia, etc.), houve uma cisão da filosofia e a partir daí, uma tentativa de criar um corpo teórico robusto pelo viés científico com investigações em laboratório, como toda ciência preza. Estou resumindo séculos de história, mas o mais importante para saber além do conceito que é uma ciência do comportamento e emoções humanas, é que a psicologia está em todo lugar.

Nas gôndolas do supermercado, nas embalagens dos produtos, no trânsito, nos recrutamentos de emprego, nas telenovelas e até na política (eleitoral e pública). A psicologia pode ser aplicada em toda atividade humana, afinal, é uma ciência em que seu material de estudo é basicamente “o homem”. Tenho quase certeza que o estimado leitor pode achar que psicologia se resumia aos consultórios psicológicos, alienada do que acontece no mundo exterior. E que tal aplicarmos um pouco dela? Peguemos a manchete de O Progresso de 01 de abril “Polícia investiga ameaça contra escola estadual (...)”. Estudos sobre o tema de tiroteios em escola ao redor do mundo apesar de não conclusivos, mostram sinais de que a maioria dos atiradores não são psicopatas e sim, pessoas inseridas num contexto social específico, agredidas de alguma maneira (abusos, bullying, falta de traquejo social) e que adquirem uma crença de vingança, alimentada por um tempo considerável. Tirando surtos psicóticos, normalmente estes crimes hediondos são construídos por meses a fio. Existe uma possibilidade da pessoa que ameaçou atacar a escola na cidade ser alguém sem traquejo social, agredido (não necessariamente fisicamente) por um professor ou colega e possivelmente ser “não popular” entre seus pares. Lembrando que isto não é uma regra e não quer dizer que todo agredido agredirá, mas que se pode levar alguns destes fatores em consideração. Vou ficando por aqui, na próxima começaremos com algum tema do cotidiano pela ótica da psicologia.
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Ismael Souza/ [email protected]  / instagram: @psiisma
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