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09/03/2022 às 17h14min - Atualizada em 09/03/2022 às 17h14min

Missão da FIEMA à Argentina busca conhecer tecnologia de exploração de gás não convencional

Da Redação - Imprensa/FIEMA
Foto: Divulgação Sistema FIEMA
 
SÃO LUÍS – Um grupo de empresários liderados pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) participa, essa semana, na província de Neuquén, na Argentina, de uma missão internacional para conhecer de perto a tecnologia para exploração de gás não convencional (é chamada assim por sua característica de extração, que não é feita via perfuração como ocorre tradicionalmente). A visita ocorre durante a Conferência de Intercâmbio de Hidrocarbonetos Não Convencionais promovida naquele país, e é motivada pelo anúncio da empresa de energia Eneva de realizar, este ano, a primeira perfuração não convencional de gás natural do Brasil, exatamente na bacia do Parnaíba, na cidade de Santo Antônio dos Lopes, no Maranhão, onde estão localizadas as áreas de produção e o completo de térmicas da companhia. 

 A técnica a ser utilizada nas atividades de exploração não-convencionais pela Eneva é o fraturamento hidráulico, nunca realizada no Brasil, que permite obter petróleo e gás diretamente das rochas geradoras de uma bacia. Experiências exitosas com essa modalidade de exploração são conhecidas nos Estados Unidos, Canadá, Argentina e China, atualmente os maiores produtores de gás natural a partir de reservatórios não convencionais do mundo. 

 “Está sendo apresentada a nós essa modalidade de produção de gás, que pode tornar o Maranhão pioneiro nessa técnica, que contribuiu, por exemplo, para a diminuição do preço desse insumo em países como os Estados Unidos, e que pode transformar nosso estado em um grande produtor de energia e, quem sabe, exportador, com essa perfuração que a Eneva pretende realizar”, ressaltou o vice-presidente executivo da FIEMA, Celso Gonçalo, que lidera a missão internacional. Além de representantes da FIEMA, integram a delegação de autoridades e empresários brasileiros na Argentina representantes do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Maranhão (SEMA), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), além de técnicos da Eneva. 

 De acordo com Celso Gonçalo, um dos principais objetivos da visita à Neuquén é facilitar a conexão entre agentes reguladores, autarquias, agentes econômicos e tomadores de decisão que atuam no segmento de O&G no Brasil e na Argentina, assim como compartilhar as melhores práticas e lições aprendidas em Vaca Muerta, principal formação geológica de hidrocarbonetos não convencionais do país, fortalecendo o conhecimento teórico e prático dos membros da comitiva sobre a exploração de jazidas não convencionais.
  
 Ainda entre os propósitos da missão à Argentina, está a verificação dos impactos socioeconômicos que a exploração não convencional trouxe à Neuquén, permitindo a formulação de estratégias para a atração de investimentos privados para o estado do Maranhão. 

 VACA MUERTA – Na oportunidade, a comitiva reuniu-se com o ministro chefe de gabinete da Província de Neuquén, Sebastián González, que destacou que “a ideia é poder transmitir alguns conceitos do que o desafio de Vaca Muerta implicou para uma província como Neuquén, e os seus impactos políticos, institucionais, sociais, econômicos e de infraestrutura que o desenvolvimento de uma nova indústria, e que hoje é não só o principal motor energético e econômico da província, mas também do país”. 

 “A delegação brasileira que hoje nos visita está analisando a possibilidade de desenvolver recursos de hidrocarbonetos não convencionais e para isso busca conhecer em primeira mão nossa experiência em gás e petróleo não convencional nos últimos 10 anos”, disse González e acrescentou: “Eles vão partilhar e interiorizar-se durante três dias de palestras teóricas de responsáveis das áreas técnicas do governo provincial, e vão ainda visitar jazidas com empresas privadas.” 

 O chefe de gabinete listou os eixos fundamentais para o desenvolvimento dos recursos não convencionais e ressaltou que o desenvolvimento desta indústria deve cuidar do meio ambiente e sua compatibilidade com o meio ambiente e sustentabilidade ao longo do tempo. “Neuquén tem regulamentações avançadas para cada indústria no que diz respeito à preservação do meio ambiente e, no caso das indústrias de hidrocarbonetos não convencionais, essas regulamentações legais são atualizadas à medida que novas tecnologias e novas práticas são incorporadas”, disse o chefe de gabinete.

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